COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Manuel Bandeira (1886-1968) publicou seu primeiro livro, “A Cinza das Horas”, em 1917, a tempo de ser lido por Olavo Bilac.
O contexto cultural efervescente que contribuiu para sua formação não impediu, no entanto, que o pernambucano questionasse suas aspirações poéticas.
Em “Itinerário de Pasárgada”, prosa lançada originalmente em 1954 e que ganha nova edição, o autor revela como se tornou poeta.
Dele também já se encontram novamente nas livrarias os líricos “Estrela da Manhã” e “Estrela da Tarde”.
O livro de memórias foi concebido por insistência dos amigos Fernando Sabino e Paulo Mendes Campos.
A certa altura, Bandeira escreve: “Confesso que já vou me sentindo arrependido de ter começado estas memórias (…) tomei consciência de minhas limitações”.
Em “Manuel Bandeira – Uma Poesia da Ausência” (Edusp, R$ 44, 208 págs.), a professora Yudith Rosenbaum já havia escrito que Bandeira faz do eu-lírico “um cúmplice para disfarçar a tristeza da solidão”.
Aqui, o poeta não apenas anuncia que irá se refugiar na mítica Pasárgada. Ele guia o leitor no caminho que fez até a terra de sonhos.