Expectativa é de que o IPCA fique em torno de 2,8% em 2017. Para os próximos anos, as projeções indicam níveis de inflação na direção das metas estabelecidas pelo CMN.
O Relatório Trimestral de Inflação (RI) divulgado pelo Banco Central (BC) nessa quinta-feira (21) apontou que os principais indicadores de atividade econômica apresentam sinais compatíveis com a recuperação gradual da economia brasileira. A produção industrial vem exibindo crescimento gradual. No que tange à oferta, o setor de serviços mostrou sinais de recuperação, mas com algumas oscilações. “Em termos relativos, é o setor cuja reação está mais defasada em relação aos demais. Por outro lado, foi o setor que demorou mais tempo a desacelerar e a contrair durante a recessão dos últimos anos”, comentou o diretor de Política Econômica do BC, Carlos Viana, em coletiva à imprensa.
As projeções para o PIB tanto em 2017 quanto em 2018, compiladas pela pesquisa Focus, foram revisadas, e indicam crescimento de 1% em 2017 e 2,6% em 2018. “A projeção para 2018 passou de 2,2% para 2,6%. O consumo é o principal fator de crescimento no lado da demanda”, acrescentou Viana. A confiança dos agentes econômicos também tem mostrado recuperação. O relatório sinaliza que 2018 pode ser o primeiro ano com aumento dos investimentos como um todo, em torno de 3%.
“Inflação baixa, estável e previsível é a melhor contribuição da política monetária para o crescimento sustentável. Inflação alta e volátil gera distorções, aumenta riscos, encurta horizontes de planejamento, prejudica investimentos e crescimento econômico, afeta a geração de empregos e piora a distribuição de renda”, afirmou Carlos Viana.
Segundo Viana, o nível de utilização dos recursos da economia aponta elevado nível de ociosidade, refletida na capacidade de produção da indústria e, especialmente, na taxa de desemprego ou desocupação. Segundo o relatório, o cenário externo encontra-se favorável às economias emergentes.
Projeções de inflação
Sobre as perspectivas para a inflação até 2020, as expectativas do mercado são de que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fique em torno de 2,8% em 2017. Para os próximos anos, as projeções apontam níveis de inflação mais compatíveis com as metas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN): 4,0% para 2018 (meta de 4,5%), 4,25% para 2019 (meta de 4,25%) e 4,0% para 2020 (meta de 4,0%).
No que se refere às projeções condicionais de inflação, conforme cenário com taxas de juros e câmbio da pesquisa Focus, a inflação em 2017 ficaria em torno de 2,8%; em 2018, 4,2%; e em 2019 e 2020, 4,2% e 4,1%, respectivamente.
Crédito para pessoas jurídicas
Quanto à evolução do crédito para pessoas jurídicas (PJs), a expansão até o final de 2015 foi seguida por um período de contração, indicando que o movimento de evolução do crédito ocorreu nas diferentes faixas de concessão de crédito, conforme o porte do tomador. “Em 2015, concessões com volume acima de R$ 50 milhões continuaram subindo, enquanto as concessões menores estavam em contração. A partir do final de 2015, entrando em 2016, os saldos dessas grandes operações também entraram em declínio”.
A redução do crédito bancário para PJs está sendo compensada pelo maior dinamismo no mercado de capitais. Segundo o RI, houve um crescimento de 54% nas captações junto ao mercado de capitais no acumulado até outubro de 2017. Nos dez primeiros meses do ano, as emissões domésticas no mercado de capitais aumentaram 75%, enquanto as emissões externas cresceram 29%.
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