A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) registrou, apenas no ano passado, 3.050 ocorrências de vandalismo contra as suas composições. Os episódios vão desde o lançamento de pedras por cima dos muros da companhia, ou após a invasão da faixa ferroviária, até estragos em bancos, portas e janelas, além de pichações em trens e muros.
No ano passado, o prejuízo com o vandalismo somou R$ 4,3 milhões; desse total, R$ 610.857,77 foram gastos na substituição de 188 para-brisas, quebrados por apedrejamento, um dos principais problemas. Segundo o gerente de relacionamento da CPTM, Sérgio de Carvalho Jr., por ser um sistema que opera a céu aberto e de longa extensão (260 quilômetros de vias), a companhia sempre teve a preocupação de combater essas ações, que são frequentes e oscilam de uma linha para outra.
Carvalho Jr. considera fundamental destacar que o vandalismo não prejudica somente a CPTM, mas atinge, principalmente, os usuários, que sentem os efeitos da retirada das composições de circulação por períodos que variam de horas a dias. Para o reparo dos para-brisas, por exemplo, o trem fica indisponível aos passageiros, em média, por 48 horas, de acordo com o gerente.
“Outro reflexo são os custos com os reparos, pois o valor despendido nessas intervenções poderia ser investido em melhorias para o sistema”, salienta. Carvalho Jr. explica que, apesar das várias medidas de segurança adotadas, como vedação da faixa ferroviária com muros, instalação de câmeras frontais nos trens e rondas de agentes de segurança, as ocorrências persistem e, no primeiro semestre deste ano, aumentaram: em relação aos para-brisas de trens, foram substituídas 192 peças, superando as 188 trocadas no ano passado inteiro (ver quadro).
Grafite – A Linha 8-Diamante é a mais afetada com o apedrejamento. “A frota dessa linha é composta exclusivamente por trens novos da série 8000 e cada substituição de para-brisa custa aproximadamente R$ 14,8 mil”, relata Carvalho. Ele afirma que os vândalos atuam geralmente de fora da faixa ferroviária, em cima de viadutos e nos trechos em que há comunidades lindeiras. “Desse modo dificultam as atuações dos agentes de segurança”.
No entanto, a companhia promove campanhas educativas para os usuários e para os moradores das comunidades vizinhas das linhas férreas, visando à conscientização sobre a importância de preservar os bens públicos. Ao longo dos últimos anos, vem incentivando também a arte do grafite em estações e muros, em parceria com as comunidades, artistas do grafite e o apoio de empresas, organizações não governamentais e prefeituras. “O intuito é aproximar o público jovem da companhia, por meio do grafite, incentivando a conservação e renovação de muros e estações”, diz o gerente.
Outro meio importante no combate às ações de vandalismo é o serviço de Denúncia por SMS. O usuário pode comunicar à central de segurança da CPTM qualquer irregularidade no sistema encaminhando mensagem para o número 97150-4949 ou para o Serviço de Atendimento ao Usuário (SAU), pelo telefone 0800 055 0121. O anonimato é garantido.
DOE, Executivo I, 05/08/2017, p. I