EMTU abre ao público dados sobre transporte metropolitano

As primeiras informações abertas pela Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) estão acessíveis gratuitamente a todos os interessados. Os dados, disponíveis em espaço exclusivo no site da empresa, podem ser distribuídos, reutilizados, analisados e compartilhados com outros, respeitando o conceito internacional de Open Data (Dados Abertos). largada de abertura progressiva dos dados, os informes da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) saíram na frente.


Pioneira na América Latina, a empresa seguirá com a liberação gratuita e progressiva de informações do transporte metropolitano sobre pneus em consonância com a transparência e o conceito internacional de Open Data


“A EMTU é pioneira na América Latina em relação à abertura de dados de transportes metropolitanos sobre pneus”, destaca a coordenadora do Núcleo de Parcerias + Inovação da          EMTU, Renata Veríssimo. “Estamos atendendo à demanda da sociedade por informação pública. Com isso, vamos nos aproximar do cidadão, para trabalharmos em conjunto. Faz parte da política de inovação da EMTU e de transparência no setor público”. O processo de liberação dos dados das demais regiões metropolitanas está em andamento.


As informações, disponíveis desde o dia 20, são sobre as linhas, itinerários e tarifas cobradas, relação de veículos, empresas, placas e prefixos, dados da frota e de atendimento do Serviço Ligado, entre outras, enumera a coordenadora. Alguns dados podem ser acessados pelo cidadão em geral (como a Central de Atendimento ao Cliente); outros, pelo pesquisador ou desenvolvedor de aplicativos ou de softwares (área técnica). “Disponibilizar dados à sociedade civil em formato aberto tornou-se inevitável. Esse é o primeiro pacote de uma série.”


Open Data Apesar de abertos, os dados do transporte urbano metropolitano não identificam passageiros, condutor, funcionários da EMTU ou de operadores. “Eles são anonimizados (sem identificação), porque o intuito é produzir conhecimento, gerar estatísticas e criar aplicativos.” Por exemplo, em caso de acidente será possível saber a linha, o ônibus, o local, a ocorrência, se houve vítima; mas a ocorrência operacional não liberará informações relacionadas às pessoas envolvidas. “Esses dados são retirados antes de liberar o acesso à informação.”


São três áreas destinadas a desenvolvedores (técnicos): geolocalização dos ônibus metropolitanos em formato GTFS (General Transit Feed Specification); acesso via API (Application Programming Interface ou Interface de Programação de Aplicativos) do monitoramento em tempo real da frota, de 6 mil ônibus; e as ocorrências operacionais. “Dado via API é atualizado automaticamente; de GTFS, conforme a necessidade; e os demais, mensalmente”, informa Renata.


Para acesso especializado é solicitado cadastro prévio e o aceite às condições de acesso que preveem que os dados não poderão ser vendidos, sublicenciados ou alugados. O sistema oferece possibilidade de cruzamento de dados e oferta em formatos de APIs, CSV, Excel, PDF, GTFS. A EMTU solicita ao utilizador o compartilhamento de dados analisados, apresentação dos produtos de tecnologia desenvolvidos, discussão sobre pesquisas e estudos a serem elaborados. “Também estamos abertos a sugestões, ajustes”, destaca Renata.


Inovação Além da política de inovação e criação de setor específico (gerido por colegiado integrando 16 áreas), Re nata lembra a importância da primeira Hackatona Metropolitana, promovida em março, e a instalação do Laboratório Metropolitano de Inovação (E-Lab) para que o Open Data se tornasse realidade. “A ideia é aumentar a eficiência na gestão, reduzir custos públicos e trazer melhorias nos serviços prestados”, pontua.


No E-Lab estão em andamento pesquisas dos vencedores da Hackatona. “Neles, temos o projeto Milênio BUS (contagem de passageiro), o Chat para usuários de ônibus e o Ligado (transporte especializado para passageiro com deficiência).” O próximo projeto a ser incubado é o vencedor da Maratona de Inovação 2017, promovida pelo Instituto Superior de Inovação e Tecnologia (Isitec) e coparticipação da EMTU, vinculada à Secretaria de Transportes Metropolitanos.


O ganhador da maratona, divulgado na sede do Isitec na sexta-feira, 22, é o grupo Hackafé, liderado por Gideão Gomes da Silva, que propôs soluções no monitoramento do transporte nas chamadas “áreas de sombra”, onde não é possível verificar a localização do ônibus por GPS e, por isso, os dados não chegam à central de gerenciamento e supervisão. “Criamos um algoritmo para integrar os dados do GPS com a base do validador e fazer a informação chegar à EMTU”. Assim, em caso de falha, é possível utilizar dados históricos do dispositivo para rastrear o veículo.


Dos 90 desafios propostos pela EMTU, saíram mais dois finalistas. Um grupo propôs ampliar a eficácia do controle dos dados de poluição emitido pelos ônibus; a outra equipe elaborou solução para cobrar a tarifa proporcional (valor de acordo com trecho usado) de passagem de forma automática e em tempo real. Por dia, são transportados 2,4 milhões de pessoas. A EMTU, que completará 40 anos em dezembro, atende seis regiões metropolitanas onde moram 30,9 milhões de habitantes. Na empresa, trabalham 520 funcionários.


Em https:// goo.gl/bb5nhv podem ser conferidos os Dados Abertos pela EMTU


E-mail para sugestões:


dadosabertos@emtu.sp.gov.br


Claudeci Martins


Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial


DOE – Seção I, p. I