Pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e do câmpus de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP) avaliam 74 idosos acima de 60 anos, sem histórico de quedas nos últimos seis meses, para criação de um dispositivo que promete avisar quanto ao risco de queda, antes de ela ocorrer.
“Estamos na fase inicial do projeto, mas ele já apresenta resultados tão promissores que o Google acreditou no potencial de sucesso da ferramenta e nos ofereceu bolsa de estudo”, comemora o professor Moacir Antonelli Ponti, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP São Carlos.
A autora do estudo é Patrícia Bet, aluna de mestrado no Departamento de Gerontologia da UFSCar e do ICMC. Com a parceria das duas universidades, ela iniciou o trabalho em março deste ano, que deverá ser concluído em 2019.
“Nossa motivação para estudar o assunto é a alta incidência de quedas entre os idosos. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 30% dos brasileiros acima de 60 anos caem pelo menos uma vez por ano”, informa Ponti.
Prevenção – Ele diz que o projeto usa sensores móveis para coletar dados referentes aos movimentos e caminhadas de 74 pessoas com mais de 60 anos. O grupo usará um dispositivo chamado acelerômetro, que organiza um histórico de aceleração nos movimentos de caminhar, virar, sentar e levantar. O acelerômetro é usado comercialmente em aplicativos de atividade física, por exemplo, para indicar o número de passos dados num certo intervalo de tempo.
“Vamos rastrear os movimentos dos voluntários e criar um modelo matemático que calcule a probabilidade de queda. Quando o idoso muda o padrão de aceleração, o modelo em estudo calcula o porcentual de risco de queda, que poderá variar de 0% a 100%”, explica o professor. Conforme aumenta a possibilidade de queda, a ideia é acionar cuidadores, familiares e profissionais de saúde para que fiquem mais atentos em seus cuidados.
Ponti explica que hoje existem dispositivos que emitem sinal após ou durante a queda do idoso e isso ajuda a promover o socorro imediato. A expectativa, porém, é desenvolver um conjunto de métodos para avaliar o risco de queda com boa precisão e, futuramente, gerar produtos de prevenção ao acidente.
Viviane Gomes
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial
DOE – Seção I, p. III