Aziz Ab’Saber morre aos 87 anos


1 Por Valor Econômico






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(Atualizado às 16h28)


SÃO PAULO – O geógrafo Aziz Ab’Saber morreu na manhã desta sexta-feira, 16/3, aos 87 anos. Ele sofreu um ataque cardíaco em sua casa, em Cotia (SP). Professor emérito da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas), na USP, ele será velado a partir das 19h no Salão Nobre da faculdade (rua do Lago, 717, Cidade Universitária), que decretou luto de três dias. O enterro será no sábado, às 11h, no Cemitério da Paz (Rua Doutor Luís Migriano, 644, Morumbi, São Paulo).


Um dos geógrafos mais respeitados do Brasil, Ab’Saber participava desde 1989 do IEA (Instituto de Estudos Avançados) da USP, onde liderou o grupo que formulou o projeto Floram, que buscava dar início a um processo de reflorestamento de grandes dimensões no Brasil. De 1993 a 1995, presidiu a SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) e atualmente era presidente de honra da instituição.


Ontem, ele entregou na SBPC um DVD contendo sua obra consolidada, de 1946 a 2010. Na dedicatória, escreveu: “Tenho o grande prazer de enviar para os amigos e colegas da Universidade o presente DVD que contém um conjunto de trabalhos geográficos e de planejamento elaborados entre 1946-2010. Tratando-se de estudos predominantemente geográficos, eu gostaria que tal DVD seja levado ao conhecimento dos especialistas em geografia física e humana da universidade.”


Sua última obra, o terceiro volume da coleção “Leituras Indispensáveis”, ainda será publicado pela SBPC. O livro homenageia os primeiros geógrafos no interior do Brasil, como José Veríssimo da Costa Pereira e Carlos Miguel, e as expedições de Candido Mariano da Silva Rondon, o Marechal Rondon (1865 a 1958).


No ano passado, a editora Beca lançou o livro “A Obra de Aziz Nacib Ab´Saber”, que incluía um CD com mais de quatrocentos artigos publicados pelo geógrafo.


Entre os prêmios que recebeu ao longo de sua carreira, estão o Jabuti em ciências humanas (1997 e 2005) e em ciências exatas (2007); o Prêmio Almirante Álvaro Alberto para Ciência e Tecnologia (1999), concedido pelo Ministério da Ciência e Tecnologia; a Medalha de Grão-Cruz em Ciências da Terra pela Academia Brasileira de Ciências; e o Prêmio Unesco para Ciência e Meio Ambiente (2001).


Fonte: Valor Econômico/Cultura