Na prática, injeção de recursos ajuda a segurar valor da tarifa, atualmente de R$ 3; TCM critica o auxílio
DE SÃO PAULOA Prefeitura de São Paulo terá que gastar, até o fim de 2012 -ano eleitoral- R$ 330 milhões a mais do que estava orçado para manter o sistema de ônibus da cidade.
De acordo com a prefeitura, neste ano, os subsídios para as empresas de ônibus será de R$ 821 milhões.
Em valores absolutos, e não corrigidos, essa é a maior quantia empregada pela gestão José Serra-Gilberto Kassab, que começou em 2005.
O valor mais alto em São Paulo até então, de R$ 808 milhões, era o de 2009.
No ano passado, a administração municipal colocou R$ 600 milhões no sistema de ônibus da capital para ajudar a fechar as contas das empresas. Na prática, essas ações ajudam a segurar o valor da tarifa atual, de R$ 3.
Por meio de nota, a SPTrans, empresa que administra o sistema de ônibus na cidade, informa que o subsídio de R$ 821 milhões é necessário para cobrir todas as gratuidades previstas, que beneficiam, no total, cerca de 1,7 milhão de pessoas.
“Atualmente, estão ativos 666 mil cartões do Bilhete Único Especial de idosos, 237 mil para pessoas com deficiência, além de 855 mil cartões de estudantes, que têm desconto de 50%”, segundo a nota da SPTrans.
CRÍTICAS
Os subsídios aos ônibus da capital são motivo de críticas tanto de especialistas quanto do próprio TCM (Tribunal de Contas do Município).
No relatório do tribunal sobre os gastos de Kassab de 2010, o órgão apontou o repasse de dinheiro do Orçamento municipal para o sistema de ônibus como um dos grandes problemas da atual gestão na prefeitura.
DEFICIT
Naquele ano, segundo o TCM, o deficit do sistema atingiu R$ 952 milhões -o valor é a diferença entre o que se arrecada (com receitas tarifárias e subsídios) e o que se gasta, com remuneração das empresas, operação dos terminais e outros.
De acordo com o tribunal, o governo municipal foi obrigado a “arcar com significativos recursos orçamentários para fechar as contas do sistema”, apesar de ter reajustado a tarifa em mais de 17% (de R$ 2,30 para R$ 2,70), no ano retrasado.
Fonte: Folha de S.Paulo/Cotidiano