Com ensino médio estagnado, MEC já planeja mudanças no currículo
Prova do Ministério da Educação mostra que alunos tiveram o mesmo desempenho de 2009

Primeiras séries do ensino fundamental evoluíram mais do que o esperado, enquanto o antigo colegial parou

FÁBIO TAKAHASHI
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
FLÁVIA FOREQUE
DE BRASÍLIA
TALITA BEDINELLI
DE SÃO PAULO

O governo federal pretende mudar a grade curricular do ensino médio público e diminuir o número de disciplinas na grade das escolas.


O plano de mudança foi anunciado pelo Ministério da Educação após a divulgação dos resultados do Ideb, o índice que mede o desempenho da educação básica nacional.


Segundo os dados referentes ao ano passado divulgados ontem, o ensino médio, antigo colegial, estagnou no país. A nota, que vai de zero a dez, considera o desempenho em português e matemática e também a taxa de aprovação dos estudantes (quantos passaram de ano).


Divulgado a cada dois anos, o índice estagnou em 3,4 no ensino médio público (majoritariamente oferecido pelos governos estaduais), o mesmo indicador de 2009, ainda que dentro da meta de 2011.


Na rede privada, por exemplo, a nota média nessa etapa de ensino foi de 5,7. A meta estipulada é de 5,8.


O Ideb mostra também que o desempenho de estudantes do ensino médio público em português e matemática foi inferior ao atingido por alunos do último ano do fundamental particular. Em matemática, a nota foi 265 pontos na rede pública contra 298 na particular, por exemplo.


Para o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, é grande o número de matérias obrigatórias no ensino médio -atualmente são 13.


“É uma sobrecarga muito grande. Não contribui para formar melhor o aluno”, afirma. A proposta de redução do currículo nessa etapa do ensino público será apreciada pelo Conselho Nacional de Educação.


MELHOR DESEMPENHO


O desempenho dos alunos do ensino fundamental em escolas públicas foi mais animador.


Os estudantes do 5º ano do fundamental melhoraram e chegaram ao patamar que era esperado apenas para 2013: média 4,7.


“As gerações mais novas tiveram muitos fatores que beneficiaram o aprendizado, como o aumento de estudantes na pré-escola, melhoria da renda familiar e da educação dos pais. Então, é natural que o ensino evolua mais nessas séries”, diz o coordenador do Centro de Políticas Públicas do Insper, Naercio Menezes Filho.


Fonte: Folha de S.Paulo/Cotidiano