Uma das conclusões foi que a hesitação em vacinar expressa disputas simbólicas, desigualdades e modos diversos de cuidado
Agência SP – Publicado em 14/12/2025 – 14:45
Nos últimos 13 anos, a antropóloga Márcia Couto, professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP), tem se dedicado a um tema que, de tão emergente, nem sequer tinha um termo formal até 2014, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) oficializou o conceito de hesitação vacinal – o atraso ou a recusa em aceitar vacinas recomendadas, mesmo quando os serviços de vacinação estão disponíveis. A OMS considera esse comportamento uma das dez maiores ameaças à saúde global.
A primeira contribuição que o grupo da pesquisadora do Departamento de Medicina Preventiva da FM-USP trouxe para o campo veio de uma então aluna de pós-graduação, que é médica pediatra infectologista.
“Ela vinha notando que pais de alta renda e escolaridade não estavam vacinando seus filhos”, disse Couto, palestrante do quarto dia da Escola Interdisciplinar Fapesp: Humanidades, Ciências Sociais e Artes, ocorrida no Instituto Principia, em São Paulo, entre 1º e 5 de dezembro.
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A partir da inquietação de sua aluna, Couto desenvolveu uma série de estudos em que busca compreender, tanto pelo recorte de classe e escolaridade quanto de gênero e raça, as razões para a hesitação vacinal dentro do Brasil e em comparação com outros países tanto do Norte quanto do Sul Global.
Num dos estudos, foram analisadas 44 famílias de duas capitais brasileiras, São Luís (MA) e Florianópolis (SC), e outra da África do Sul, Capetown, num total de 62 pais ou cuidadores de crianças até 5 anos. Uma das conclusões foi que a hesitação em vacinar expressa disputas simbólicas, desigualdades e modos diversos de cuidado.
Nos últimos 13 anos, a antropóloga Márcia Couto, professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP), tem se dedicado a um tema que, de tão emergente, nem sequer tinha um termo formal até 2014, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) oficializou o conceito de hesitação vacinal – o atraso ou a recusa em aceitar vacinas recomendadas, mesmo quando os serviços de vacinação estão disponíveis. A OMS considera esse comportamento uma das dez maiores ameaças à saúde global.
A primeira contribuição que o grupo da pesquisadora do Departamento de Medicina Preventiva da FM-USP trouxe para o campo veio de uma então aluna de pós-graduação, que é médica pediatra infectologista.
“Ela vinha notando que pais de alta renda e escolaridade não estavam vacinando seus filhos”, disse Couto, palestrante do quarto dia da Escola Interdisciplinar Fapesp: Humanidades, Ciências Sociais e Artes, ocorrida no Instituto Principia, em São Paulo, entre 1º e 5 de dezembro.
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A partir da inquietação de sua aluna, Couto desenvolveu uma série de estudos em que busca compreender, tanto pelo recorte de classe e escolaridade quanto de gênero e raça, as razões para a hesitação vacinal dentro do Brasil e em comparação com outros países tanto do Norte quanto do Sul Global.
Num dos estudos, foram analisadas 44 famílias de duas capitais brasileiras, São Luís (MA) e Florianópolis (SC), e outra da África do Sul, Capetown, num total de 62 pais ou cuidadores de crianças até 5 anos. Uma das conclusões foi que a hesitação em vacinar expressa disputas simbólicas, desigualdades e modos diversos de cuidado.