PEDRO SOARES
DO RIO
Pesquisa do IBGE mostra que foram realizados 3.701 casamentos gays no país em 2013, segundo registros dos cartórios brasileiros. As uniões correspondem a 0,35% dos cerca de 1,1 milhão de matrimônios no ano passado.
Houve pequena prevalência dos casamentos entre mulheres –52% do total, contra 48% de uniões de dois homens. Sozinho, o Estado de SP concentrou 54,4% das uniões entre mulheres e 50,5% das realizadas entre homens.
Segundo o IBGE, a resolução 175 do Conselho Nacional de Justiça, do ano passado, possibilitou o levantamento. Essa medida uniformizou os procedimentos para casamentos homoafetivos em cartórios de todos os Estados.
Ennio Mello, pesquisador do IBGE, diz que o total de uniões de pessoas do mesmo sexo ainda é pequeno e, muitas vezes, elas têm como objetivo principal “salvaguardar direitos” dos cônjuges, como pensão ou direito a herança.
A idade mediana para os cônjuges gays foi de 37 anos para homens e 35 anos para mulheres, mais alta do que nos casais heterossexuais “”30 e 27 anos, respectivamente.
Para Mello, a diferença é mais um indicativo de que os mais velhos buscam assegurar benefícios aos seus parceiros com os casamentos.
O técnico espera que campanhas de ONGs e de tribunais estaduais, como a promoção de casamentos coletivos, aumentem o número de uniões homoafetivas formais nos próximos anos.
O número total de casamentos em 2013 superou em 1,1% o registrado em 2012. Outro dado revelado pela pesquisa é que a idade do casamento aumentou em uma década: em 2003, homens e mulheres se uniam dois anos mais jovens –com 28 e 25 anos, na mediana, respectivamente.
O estudo mostra também que os casamentos seguem em alta. Um dos motivos indicados é a maior facilidade de realizar o divórcio, que pode ser obtido sem a necessidade de um prazo de espera para dissolver o casamento.
No entanto, os divórcios caíram 4,9% de 2012 para 2013, totalizando 324,9 mil dissoluções de matrimônio.
Folha de S. Paulo