Para compensar nova secretaria, governador anunciou fim da pasta de Gestão, que estava sob influência do PPS
GUSTAVO URIBE
DE SÃO PAULO
Na tentativa de evitar atrasos na conclusão e entrega de obras públicas, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciou nesta segunda-feira (15) a recriação em seu novo mandato da Secretaria de Governo, que foi extinta em 2002.
A pasta terá como titular o atual secretário da Casa Civil, Saulo de Castro, e terá como principais atribuições acompanhar o ritmo de projetos e obras, monitorar o cronograma de execução e ampliar a capacidade de investimento do governo estadual.
Na disputa eleitoral deste ano, o governador foi criticado por não ter cumprido promessas feitas na campanha eleitoral de 2010, sobretudo a ampliação de trilhos e a entrega de estações de metrô.
“Ninguém é mais interessado do que nós de entregar o máximo possível de obras e no menor prazo possível. Isso é o que também a Secretaria de Governo vai fazer, monitorar todas essas obras”, ressaltou o tucano.
Com a recriação da secretaria, a Casa Civil terá como atribuição principal a articulação política, tarefa avaliada por auxiliares e secretários como importante caso o governador decida disputar a sucessão presidencial em 2018.
O nome mais cotado para assumi-la é o do deputado federal Edson Aparecido (PSDB-SP), que ocupou a pasta no atual mandato e coordenou a campanha do tucano à reeleição.
“Nós estamos separando. A Casa Civil ficará com a parte mais institucional e política e a Secretaria de Governo ficará com políticas públicas e ajuste fiscal”, disse o tucano, o qual afirmou que será feita uma grande redução de despesas em seu novo mandato, incluindo custeio, pessoal e alugueis.
O governador também anunciou a extinção da Secretaria de Gestão, cujas funções serão assumidas pela Secretaria de Planejamento. O atual titular da pasta, Waldemir Caputo, foi indicado pelo PPS. Com a mudança, a sigla deve ser realocada para outra secretaria no novo mandato.
LINHA DURA
A Secretaria de Governo será divida em duas subsecretarias: de Ações Estratégicas e de Parceria e Inovações. Ela também terá o controle da Unidade de Parceria Público Privada, que faz parte atualmente da Secretaria de Planejamento, e da Corregedoria Geral da Administração.
As agências estaduais Artesp, de transporte, e Arsesp, de saneamento e energia, também ficarão vinculadas a ela. “Talvez a primeira medida seja de restrição do custeio da máquina para que se mantenha o nível de investimento”, explicou Castro.
Nome de confiança de Alckmin, Castro é conhecido pelo perfil linha dura e costuma ser elogiado pelo tucano como um “bom tocador de obras”.
Sua carreira no governo estadual teve início em 1995, quando atuou como corregedor-geral. Em 2001, assumiu a presidência da Febem, atual Fundação Casa, e, em 2002, comandou a Secretaria de Segurança Pública.
Folha de S. Paulo