GIBA BERGAMIM JR.
DE SÃO PAULO
No momento em que a cidade discute a ampliação do rodízio de veículos, a Câmara aprovou ontem um projeto que isenta os policiais militares, civis e federais e os guardas civis da restrição.
De autoria de Coronel Camilo (PSD) –que foi comandante-geral da PM e integra a chamada “bancada da bala”, formada por ex-PMs–, a ideia prevê que cada policial faça o cadastro na CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) de um único carro que estaria livre da medida.
Ele poderia usá-lo apenas na ida e na volta do trabalho.
Desde 1998, médicos já estão liberados do rodízio, por meio de um projeto de Paulo Frange (PTB), sancionado pelo então prefeito Celso Pitta.
Camilo disse que, após levantamento, constatou que apenas cerca de mil PMs usam seus carros em horário de pico na cidade –há cerca de 5.000 PMs por turno.
“Os demais ou usam transporte público ou trabalham fora do horário do rodízio.”
Segundo o vereador, não se trata de privilégio. “O policial expõe a vida o tempo todo e não tem benefício adicional por isso”, disse ele, que negociará com o prefeito Fernando Haddad (PT) para que o texto seja sancionado.
Assinam o projeto também: Conte Lopes (PTB) –capitão aposentado da PM– e Marco Aurélio Cunha (PSD), que é médico. Apenas Ricardo Young (PPS) e Toninho Vespoli (PSOL) votaram contra.
ESPUMANTES
Os vereadores também aprovaram projeto que proíbe a venda de refrigerantes em garrafas parecidas com as de bebidas alcoólicas, como espumantes.
O texto de Cunha, que ainda vai a segunda votação, diz que as embalagens podem induzir crianças ao consumo de bebidas alcoólicas no futuro.
Em 2012, a Defensoria Pública entrou com ação na Justiça para impedir a circulação dos produtos, sem sucesso.
As bebidas, embora não tenham álcool, simulam um espumante convencional e trazem imagens de super-heróis ou desenhos animados. Cunha diz que se trata de “marketing agressivo” para as crianças.
Folha de S. Paulo