Sites de notícias poderão ter limite de capital estrangeiro
Governo discute se web deve ser considerada meio jornalístico

SOFIA FERNANDES
DE BRASÍLIA

O governo federal quer definir o quanto antes o enquadramento legal para os sites noticiosos no país. Ministério das Comunicações e AGU (Advocacia-Geral da União) discutem se a internet deve ser considerada um meio jornalístico, assim como emissoras de TV, rádio e jornais.


A implicação mais imediata que o governo busca com a definição, que virá em um parecer da AGU, é sobre a atuação de empresas estrangeiras em sites de notícias.


Caso o parecer indique que a internet é um meio jornalístico, todo site do ramo deverá seguir as mesmas regras dos meios de comunicação tradicionais, inclusive a que limita a 30% o capital estrangeiro de empresas do setor.


O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, afirmou que a discussão veio à tona depois de carta enviada pela Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão) para o ministério e a AGU sobre a intenção do jornal eletrônico norte-americano “Huffington Post” de lançar uma versão brasileira.


O governo quer definir a questão paralelamente ao novo marco da mídia, em fase de debates internos no governo. Não há prazos definidos.


DESONERAÇÃO


Paulo Bernardo afirmou ontem que a medida provisória que definirá a desoneração da construção de redes de telecomunicações deve sair no próximo mês.


A medida foi prometida no segundo semestre do ano passado. A demora para o início da política de incentivo se deve a dificuldades orçamentárias, disse Bernardo.


“Esbarramos no problema da compensação dos tributos dos quais vamos abrir mão.”


A desoneração valerá para equipamentos e construção civil. Cálculos preliminares indicam que deixarão de ser arrecadados R$ 6 bilhões em tributos em cinco anos.


Segundo Bernardo, a medida passará a valer de fato a partir de julho.


Fonte: Folha de SPaulo. Mercado