Operadoras dizem que não foram notificadas e não vão se pronunciar; descumprimento gera multa de R$ 25 mil/dia
DE SÃO PAULO
A Fundação Procon-SP obteve na terça-feira (12) liminar contra as operadoras Oi, Claro, TIM e Vivo para impedir o bloqueio de internet por celular em São Paulo após o uso da cota diária do pacote de dados –antes, a velocidade era apenas reduzida.
A decisão vale apenas para o Estado e afeta planos de dados com base em contratos antigos que garantiam que não haveria corte, mas apenas redução da velocidade da internet.
Na decisão, o juiz argumenta que modificações ocorreram sem que essa possibilidade estivesse prevista em contrato.
Planos de dados baseados em contratos nos quais o corte já estava previsto ficam de fora da decisão. As operadoras ainda podem recorrer.
A liminar, concedida pelo juiz Fausto José Martins Seabra, determina que as operadoras paguem multa diária de R$ 25 mil caso descumpram a decisão.
O bloqueio vem sendo aplicado desde o fim de 2014.
Com o corte, o cliente precisa desembolsar mais dinheiro para restabelecer a conexão, contratando um pacote com limite superior ao de sua franquia ou um pacote adicional para usar até o fim do ciclo de faturamento.
O Procon afirma que tem recebido reclamações por esse motivo contra todas as operadoras, por parte de clientes que contratam tanto serviços de telefonia pré-pagos quanto pós-pagos.
Na ação movida no TRT-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), o Procon-SP argumenta que o bloqueio é feito com base em modificações unilaterais pelas operadoras nos contratos de telefonia.
Na decisão, o juiz afirma que, apesar de as empresas terem notificado os clientes sobre as mudanças 30 dias antes de elas ocorrerem, como previsto em lei, não havia no contrato inicialmente a informação de que a concessão ilimitada de internet era promocional ou poderia ser modificada.
Dessa forma, “centenas ou milhares de consumidores foram surpreendidos com a interrupção do serviço”.
Procuradas, Oi, TIM, e Vivo afirmaram que ainda não foram notificadas da decisão e não vão se pronunciar no momento. A reportagem não conseguiu entrar em contato com a Claro.
O Procon-SP disponibilizou um canal específico, para consumidores de São Paulo registrarem reclamações de bloqueio injustificado de internet móvel.
Folha de S. Paulo