CPTM estimula usuários a utilizar moedas na compra de passagem

Esquecidas nas gavetas, perdidas nos vãos do sofá ou guardadas nos cofrinhos, as moedas estão cada vez mais escassas no comércio. Os motivos variam desde o uso constante de cartões de débito ou crédito pelo consumidor até a diminuição na emissão de moedas pela Casa da Moeda do Brasil – a última ocorreu em 2014.

Para facilitar a venda de bilhetes, principalmente nos horários de pico, diariamente a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) põe à disposição moedas e cédulas de menor valor nas bilheterias para facilitar o troco. A tarifa de R$ 3,80 elevou a demanda por moedas (antes o valor do bilhete era de R$ 3,50), o que eventualmente provoca a formação de filas em algumas estações nesses horários.

Para tornar mais rápido o atendimento de quem está com o valor exato da tarifa, nas estações mais movimentadas do sistema há bilheterias expressas, a fim de estimular o uso de moedas. De acordo com a assessoria de imprensa da empresa, as moedas de R$ 0,05 e R$ 0,10 são as mais difíceis de ser entregues na hora da compra do bilhete.

Cofrinhos – A jornalista Natália Medeiros, 25 anos, diz juntar todas as moedas. “O hábito vem de família.” O avô, Guilherme, tinha uma coleção de moedas e cédulas em casa. Hoje, Natália e o namorado, Lucas D´Esmaro, guardam todas (de qualquer valor) em cofrinhos. O objetivo? Viajar juntos. “Até agora conseguimos juntar valor substancial para ir à Argentina”, explica.

A gerente de relacionamento em uma empresa privada, Gleyce Cláudia, guarda moedas para comprar brinquedos para o filho, Lucas, de 6 anos. “É uma maneira de educá-lo financeiramente. Ele tem cinco cofrinhos: três em casa e dois na casa dos avós. Quando pede um brinquedo, economizamos até atingir o valor necessário para a compra”, salienta.

As campanhas de orientação, por meio de avisos públicos nos trens e estações, foram intensificadas, inclusive nas redes sociais, para alertar os usuários sobre a importância da utilização de moedas na hora da aquisição da passagem para facilitar o troco e evitar a formação de filas nas bilheterias.

Sensibilização – A assistente administrativa da gerência de segurança da CPTM, Maria Estela Lima Silva, quis colaborar com a empresa e esvaziou os cofrinhos da casa: seu e dos dois filhos. Ela trocou R$ 323,00 em moedas que foram destinadas para a Estação Brás, local onde trabalha. “Não sabia que tinha toda essa quantia”, disse, satisfeita com a economia e por ter feito uma boa ação.

Estela conhece bem as dificuldades na hora de vender um bilhete e há falta de troco. Há 16 anos na companhia, ela começou trabalhando nas estações, hoje, após concurso interno, passou a assistente administrativa. “Sei quanto é difícil o troco quando a tarifa é muito quebrada. Incentivo a todos que façam o mesmo: tirem as moedas dos cofrinhos, recolham as esquecidas nas gavetas e carteiras e levem a uma estação da CPTM – tem sempre uma perto de você”, recomenda aos colegas de trabalho e à população.

A chefe da Linha 12-Safira, Maria Lina Benini, recebeu as moedas de Estela com empolgação. “Quem conhece o procedimento sabe da importância desse gesto para o nosso trabalho. Quanto mais moedas de menor valor, melhor para fazer troco.” Josana Lima Pimentel, também da gerência de segurança, fez a busca em casa e conseguiu R$ 35,00 em moedas para a Estação Brás.

DOE, Executivo I, 15/09/2016, p. I