Matemática não é chata, nem é bicho de sete cabeças para os alunos do 1º ao 5º ano do ensino fundamental da EE Padre Pasquale Filippelli, na Vila Guacuri, zona sul da capital. O ensino da disciplina foi desmistificado com um empurrãozinho dos jogos educativos Matific, oferecidos aos 1.116 estudantes, sob supervisão de 38 professores. Utilizada desde 2015 na EE Padre Pasquale Filippelli, ferramenta facilita o aprendizado a disciplina em situações cotidianas Desenvolvida pela
De acordo com o gerente nacional da plataforma Matific, Dennis Szyller, os
games são ajustados conforme as dificuldades de cada aluno. “Dificilmente o educador teria tempo hábil para oferecer exercícios personalizados a cada criança na sala de aula”, acredita.Professores e coordenadores pedagógicos receberam treinamento da empresa para desenvolver as atividades lúdicas apropriadas aos conteúdos de matemática da cartilha
Ler e Escrever. “Apesar de exigir uma adaptação inicial quanto ao uso da tecnologia entre alguns professores, de forma geral, avalio que superamos essa barreira, e um dos resultados é que a garotada aprende brincando”, observa a coordenadora pedagógica Marcia Mol.Cotidiano
– O recurso reúne 1,6 mil minijogos interativos denominados Episódios. Os games tomam como base situações do cotidiano (organização de brinquedos na estante, ida ao mercado e à feira e outras tarefas) associadas a conceitos matemáticos cuja complexidade varia com o ano letivo do aluno. Com login e senha, cada criança acessa o sistema e participa dos jogos, segundo o direcionamento dos educadores.“Antes, elas tinham de esperar até a correção da prova para saber o rendimento. Agora, após a participação nos jogos eletrônicos, é emitido relatório individual, em tempo real. Assim, o educador sabe o desempenho de cada aluno e adapta os próximos jogos às dificuldades de aprendizagem de cada um”, comenta o gerente.
Inclusão
– A coordenadora Marcia acrescenta que os games auxiliam na alfabetização das crianças do 1º ano do ensino fundamental. Na avaliação da psicopedagoga da empresa, Ana Paula Carmagnani, a ferramenta mostra ser possível aprender matemática de acordo com situações do cotidiano, sem decorar.A diretora da escola, Rosina Gonçalves Caldeira, lembra que os
games didáticos são importantes auxiliares na inclusão de crianças com deficiência. Cinco alunos autistas, um com deficiência mental e outro com deficiência física estão matriculados na escola. “Eles participam da mesma aula com outras crianças e, juntos, desenvolvem as mesmas atividades, porém, adaptadas”, diz.Marcia acrescenta outros benefícios: mais concentração e atenção e melhora da leitura. “Além disso, a criança se sente valorizada e perde o medo de não conseguir aprender”, complementa.
O colégio dispõe de 130 computadores, dos quais 10 cedidos pela Secretaria da Educação; os demais foram adquiridos em parceria com a organização não governamental Parceiros da Educação. A grade escolar oferece nove aulas semanais de matemática: duas delas em contato com os jogos, no laboratório de informática fixo ou móvel.
O laboratório fixo é oferecido nas salas de informática, e o móvel, na sala de aula, por meio de um carrinho que leva até a classe
notebooks com conexão wi-fi. Desde março de 2015, a empresa desenvolvedora registra 90 mil acessos aos jogos.Formada em pedagogia em 2013, Manoela Aparecida dos Anjos Guerra tem na escola Pasquale Filippelli a primeira experiência profissional. Professora de educação básica desde fevereiro, ela acha “maravilhosa” a experiência de ensinar matemática de forma diferente, com auxílio de
games educativos.“Os jogos são mais atrativos e as crianças adoram; quando passam de uma fase a outra, elas ganham recompensas, em forma de uma cartela eletrônica com monstrinhos e ficam muito animadas”, ressalta a docente. Ela afirma também que alunos antes dispersos em sala de aula, com o recurso tecnológico, prestam mais atenção.
Luiz Miguel Batista Silva, 7 anos, concorda, todo animado: “Gosto mais do jogo de subtração porque em vez de contar para frente vai diminuindo. Já ganhei 7 monstrinhos”. Sua colega Vitoria Raquel Machado da Silva, da mesma idade, diz que gosta da aula de informática porque “mexe no computador, aprende e se diverte.”
Completo
– Educadora há 27 anos, sendo 26 deles na Padre Pasquale Filippelli, Ana Maria Silva de Oliveira diz que é a primeira vez em sua carreira que alia games ao ensino de matemática: “Acho muito boa essa iniciativa porque completa nosso trabalho em sala de aula; é um incentivo para despertar o interesse dos alunos, que aprendem mais”.Ela conta que, no começo, se sentia insegura quanto ao uso da nova tecnologia, mas participou do treinamento da empresa que desenvolveu o produto e seguiu as dicas do filho, de 10 anos.
“É difícil manter a concentração e o interesse dos alunos pela matemática somente com o auxílio de lousa e livro. No início do ano, muitos alunos de minha turma tinham dificuldade de aprendizagem, ficavam dispersos e, alguns, nem sequer eram alfabetizados. Agora estão mais focados, aprenderam a ler, amadureceram e o comportamento deles melhorou. Isso é uma vitória para mim”, avalia Ana, professora do ensino fundamental.
Ao todo, 105 escolas estaduais usam a ferramenta. “Nós liberamos o acesso gratuito à rede pública (
ver serviço) e, no momento, buscamos parcerias para ajudar na gestão financeira do sistema”, informa o gerente Szyller.SERVIÇO
Instituições do 1º ao 6º ano do ensino fundamental interessadas em conhecer a plataforma devem acessar o site
www.matific.com.br ou enviar e-mail para contato@matific.comDOE, Executivo I, 29/12/2016, P.IV