Aos 83, morre o escritor mexicano Carlos Fuentes

Por Da Associated Press






Carlos Fuentes (à direita) conversa com o autor colombiano Gabriel Garcia Márquez, na Cidade do México, em 2008



Considerado um dos precursores do novo romance hispano-americano, o escritor Carlos Fuentes morreu ontem, aos 83 anos, em um hospital na Cidade do México. Autor de mais de 20 romances, além de uma ópera, cinco peças de teatro, nove livros de contos, vários roteiros de cinema, livros sobre política e uma biografia, ensaios e críticas literárias, Fuentes tinha como tema central em sua obra a discussão da identidade de seu país, além de questões políticas e morais. “Toda literatura diz o que não pode ser dito de outra forma”, afirmou em 2008, ao receber uma homenagem no México por seu 80º aniversário. “A literatura se insere no discurso humano para que nos liberemos dos enganos do poder e da linguagem única e dogmática.”


Filho de diplomatas e nascido no Panamá, ele passou a infância em cidades como Montevidéu, Rio de Janeiro e Washington. Aos 11 anos, inscreveu um conto em um concurso de literatura no qual o único requisito era o anonimato; ganhou os três primeiros prêmios. “Comecei muito jovem. Eu tinha essa vocação muito clara que meu pai me incutiu”, disse Fuentes em uma entrevista para a Alfaguara.


Aos 26 anos, lançou seu primeiro livro, uma coletânea de contos, e, dois anos depois, atingiu o sucesso com o romance “A Região Mais Transparente”. Dirigiu, junto com Octavio Paz, a Colección Literaria Obregón, e fundou com o crítico Emmanuel Carballo a “Revista Mexicana de Literatura”, que pretendia ser um espaço de expressão para os jovens criadores da época.


Fuentes recebeu diversos prêmios, incluindo o Cervantes em 1987, e o Príncipe de Asturias em 1994. Também foi embaixador do México em vários países.


Fonte: Valor Econômico