Aprovada verticalização da Barra Funda
Câmara autoriza revisão da Operação Urbana Água Branca e bairro poderá ter prédios de até 180 m², 27 andares e 3 vagas de garagem

09 de outubro de 2013 | 2h 03

 

Diego Zanchetta e Adriana Ferraz – O Estado de
S.Paulo

A Câmara Municipal autorizou nessa terça-feira, 8, a gestão Fernando Haddad
(PT) a liberar espigões de 27 andares destinados a classe média alta no eixo da
Lapa à Barra Funda, na zona oeste de São Paulo. Mediante a venda de títulos
imobiliários, a revisão da Operação Urbana Água Branca permitirá construir até
22 mil novas unidades, com metragem média de 180 m² e até 3 vagas de garagem, no
perímetro entre o Rio Tietê e a Avenida Marquês de São Vicente. A arrecadação
prevista é de cerca de R$ 3 bilhões.

Aprovado com 49 votos a favor e 2 contra, o texto substitutivo apresentado há
menos de uma semana pela gestão Fernando Haddad (PT) reduz o adensamento
populacional ao ampliar a metragem média em 60 m² – a proposta anterior previa
unidades com 120 m². Além disso, o projeto que recebeu o aval dos vereadores
autoriza prédios de 80 metros de altura, quando até representantes do governo,
como o vereador Nabil Bonduki (PT), pleiteavam gabarito máximo de 60 metros. O
espaço para a área de garagem também passou de 25 para 30 m² e o total de vagas
por unidade, de uma para três.

Mas apesar de criticadas, as mudanças acabaram acatadas por representantes da
situação e da oposição. No início da tarde, quando ainda não havia acordo para a
votação da proposta, o secretário municipal de Relações Governamentais, João
Antonio (PT), foi até a sede do Legislativo. Três horas de conversa entre o
líder do Executivo na Casa e integrantes da base aliada foram suficientes para
resolver o impasse. Por volta das 19h30, o projeto foi colocado à votação e não
sofreu obstrução nem da bancada do PSDB.

Críticas. Os votos contrários foram dos vereadores Gilberto
Natalini (PV) e Toninho Vespoli (PSOL). Ricardo Young (PPS) votou favorável ao
projeto, mas fez duras críticas ao governo. “Todo o trabalho feito pela Comissão
de Política Urbana foi modificado e desconsiderado pelo governo. O substitutivo
veio no afogadilho e trouxe uma série de modificações que a população da região
não concorda”, argumentou.

O consenso foi obtido após uma emenda do vereador tucano Andrea Matarazzo
ampliar de 20% para 22% o porcentual que a Prefeitura será obrigada a investir
em Habitações de Interesse Social (HIS) na região. A meta é atingir 5 mil
unidades a partir da venda de Certificados de Potencial Adicional de Construção
(Cepacs). A compra desses títulos é que libera as empreiteiras para construir
acima do permitido por lei.

O investimento em habitação se dará principalmente com a compra de terrenos
para serem destinados ao programa federal Minha Casa Minha Vida. A área que já
serviu de base para a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), ao lado do
Centro de Treinamentos (CT) do São Paulo, está no pacote.

Viário. Além de moradia popular, a nova Operação Urbana Água
Branca exige que o Município construa uma ponte sobre o Rio Tietê na altura da
Avenida Raimundo Pereira de Magalhães, em Pirituba, zona norte da capital.

Além disso, o projeto que segue para sanção do prefeito Fernando Haddad (PT)
também prevê a construção das esperadas alças de acesso à Ponte Júlio de
Mesquita, na região da Pompeia, zona oeste. Hoje, a ponte serve apenas para que
motoristas cruzem o rio, sem oferecer a opção de contorno.

Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,aprovada-verticalizacao-da-barra-funda,1083543,0.htm