BC libera para os bancos R$ 30 bi que tinha retido
Órgão reduziu o empréstimo compulsório, quantia que o setor bancário é obrigado a deixar depositada no BC

Nota diz que ação, em geral usada para aquecer economia, visa ampliar recursos para empréstimos entre bancos

DE BRASÍLIA

O Banco Central anunciou ontem uma redução dos recursos que as instituições financeiras são obrigadas a recolher ao BC, o chamado empréstimo compulsório.


A medida vai injetar R$ 30 bilhões na economia nos próximos meses.


Normalmente, a redução do compulsório é feita para estimular a atividade, mas, em nota, o BC enfatizou que a medida visa aumentar os recursos disponíveis no mercado interbancário, pelo qual os bancos emprestam recursos uns aos outros.


A mudança foi feita no mesmo dia em que o BC anunciou a liquidação de dois bancos -Cruzeiro do Sul e Prosper. No mercado, havia a preocupação de que essa decisão pudesse causar problemas de liquidez para outras instituições financeiras do mesmo porte.


Os recursos liberados representam cerca de 8% do total de R$ 380 bilhões que os bancos até então mantinham compulsoriamente no BC, parte dos quais sem remuneração.


O compulsório sobre depósitos à vista foram reduzidos de 6% para zero, medida que começou a valer ontem.


Para os depósitos a prazo (CDBs), a alíquota foi reduzida de 12% para 11%, e surtirá efeito a partir de 29 de outubro de 2012.


A autoridade monetária também flexibilizou a regra desse recolhimento e permitiu que parte dele seja feito em Letras Financeiras -título emitido pelos próprios bancos- e carteiras de crédito.


“Essa decisão simplifica a estrutura de recolhimentos compulsórios, com a eliminação do adicional sobre depósitos à vista, reduz os custos da intermediação financeira e fornece melhores condições para o setor operar de maneira mais eficiente, em linha com as mudanças estruturais por que passa a economia brasileira”, afirmou o BC.


Fonte: Folha de S.Paulo/Mercado