O sistema inteligente de videomonitoramento desenvolvido pela Secretaria de Segurança Pública (SSP), o Detecta, passará a ser integrado, também, com câmeras de segurança de alguns condomínios ligados ao Sindicato da Habitação (Secovi-SP).
A medida foi oficializada por meio da renovação do acordo de cooperação entre os dois órgãos, com o objetivo de implementar programa de prevenção contra delitos cometidos em edifícios e áreas urbanas.
A pasta da Segurança informa que, desde o anúncio das medidas, estão em andamento os procedimentos de análise e integração das câmeras já existentes à tecnologia.
O presidente do Secovi-SP, Flávio Amary, ressalta a importância da parceria. “É nosso dever ajudar as autoridades naquilo que for possível, levando informações, trabalhando a conscientização de condôminos e funcionários, propondo modelos que tornem nossa vida e nosso patrimônio menos vulneráveis.”
O sistema – O Detecta é uma tecnologia de prevenção e investigação criminal que promove a integração de bancos de dados e câmeras de diferentes instituições para monitorar áreas específicas, veículos e suspeitos. Os dados gerados são integrados aos bancos de dados das polícias Civil e Militar, que os utilizam no combate ao crime em todo o território paulista. O armazenamento de grande quantidade de informações digitais para a utilização no dia a dia é chamado big data. São Paulo é o primeiro Estado a utilizar uma ferramenta dessa natureza na prevenção e nos atendimentos de segurança.
Estão integrados ao “cérebro” o sistema de Registro Digital de Ocorrência (RDO, os boletins de ocorrência da Polícia Civil), o Fotocrim (arquivo da PM com fotos de criminosos que passaram pelo sistema judiciário e penal), o banco do Detran.SP (com informações de veículos e CNHs) e o registro de pessoas procuradas.
Educação – Além da integração com os sistemas de monitoramento, o acordo de cooperação entre a SSP e o Secovi-SP visa a criar uma parceria educacional para que sejam desenvolvidas atividades do programa de prevenção com os usuários dos edifícios e condomínios. A ideia é multiplicar esses conhecimentos por meio de palestras e distribuição de material informativo sobre o tema.
Para o vice-presidente de Administração Imobiliária e Condomínios do Secovi, Hubert Gebara, “a união de esforços é a mais poderosa arma para combater assaltos em condomínios. As administradoras vão estimular os moradores a participar de reuniões dos Conselhos Comunitários de Segurança (Consegs). “O principal objetivo é mostrar para aqueles que moram ou trabalham em condomínios a importância das ações preventivas e, assim, diminuir os riscos”, afirma.
Cinturão eletrônico – A quarta fase do Detecta, lançada no final do ano passado, tem como principal novidade a instalação do cinturão eletrônico de videomonitoramento, que cobre todo o litoral do Estado, chegando ao Alto Tietê. Ele é fruto da conexão de 480 câmeras e radares OCRs – sigla para Optical Character Recognition (reconhecimento óptico de caracteres), que são as que registram os números das placas dos carros –, além de mais 2.181 câmeras de monitoramento em municípios e estradas da região conectadas ao sistema.
O cinturão, que forma o maior anel de sistema de monitoramento da América Latina, começou a atuar durante a Operação Verão 2015/2016.
No total, 38 cidades foram beneficiadas pelas funcionalidades do sistema Detecta. A tecnologia recebe alertas em tempo real sobre roubos e furtos de veículos e outras situações suspeitas ocorridas em vias de todo o litoral paulista e estradas que dão acesso às regiões, além de abranger também o Vale do Paraíba e Alto Tietê.
O Detecta permite que os dados cheguem aos 2,8 mil novos tablets das viaturas da PM, a todos os batalhões, delegacias, centros de comando e sedes de órgãos de segurança municipais, estaduais e federais, além dos celulares dos agentes de inteligência. O Governo investiu R$ 10 milhões na aquisição dos tablets. O software é capaz de emitir alertas de padrões específicos, como um motoqueiro parado em plena via ao lado de um carro, sem que haja trânsito, por exemplo.
Conjunto – Não é recente a união entre os dois órgãos para o alinhamento em medidas de segurança. A parceria entre a SSP e o Secovi-SP teve início em 2004 e resultou, por exemplo, em ações para evitar assaltos e arrastões em condomínios; a criação do Programa de Prevenção e Repressão a Roubos a Condomínios; a centralização das ocorrências de roubos e furtos desse tipo na 4ª Delegacia da Divisão de Crimes contra o Patrimônio; e a mudança no campo de registro digital de ocorrências: onde antes era somente possível preencher como roubo a residência, agora passou a ser classificado como condomínio.
No dia 11 deste mês, o Secovi-SP completou 70 anos de atividades. É o maior sindicato imobiliário da América Latina e representa mais de 80 mil empresas.
O convênio com a Secretaria de Segurança Pública foi assinado em 2014. Agora, com a renovação, o acordo de cooperação tem validade de cinco anos.
DOE, Executivo I, 21/06/2016, p. I