FELIPE SOUZA
MOACYR LOPES JUNIOR
DE SÃO PAULO
Em 39 anos de operação do reservatório da Cantareira, o principal fornecedor de água para a Grande São Paulo atinge o seu nível mais crítico: 22,4% da capacidade total.
A afirmação é do diretor metropolitano da Sabesp, Paulo Missato Yoshimoto.
Há um ano, 52% dos reservatórios estavam completos.
Segundo Yoshimoto, a quantidade de chuva na região nos últimos dois meses é a menor desde 1930, quando começou a medição. Em dezembro, choveu 60 milímetros –o menor número havia sido de 104 milímetros.
Houve 87,7 milímetros de chuvas na região desde o início do ano. A média para o mês é de até 300 milímetros.
“A capacidade de armazenamento das nossas represas é de 1 bilhão de metros cúbicos de água, mas neste ano só temos 222 milhões”, diz.
Segundo ele, a previsão estendida do Cptec (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos) é que as chuvas voltem a atingir a região da Cantareira a partir da segunda semana de fevereiro.
“Este é um verão totalmente anormal”, diz o diretor.
A Sabesp evita falar em racionamento e diz que a atual saída é buscar alternativas.
Para evitar mais problemas, cerca de 1,6 milhão de habitantes da zona leste de São Paulo, em bairros como São Miguel Paulista, Vila Carrão e Itaim Paulista, estão sendo abastecidos pela bacia do Alto do Tietê.
A empresa tem investido em anúncios em TVs e jornais para incentivar o consumo moderado de água.
O diretor afirmou que a Grande São Paulo também tem o abastecimento prejudicado devido à sua localização. “Nós estamos na nascente do Tietê, mas temos população e produção muito grandes, o que prejudica.”
A companhia abriu uma licitação, por meio de uma parceria público-privada, para construir uma adutora para buscar água na represa do rio São Lourenço e abastecer mais 1,5 milhão de pessoas.
Já há um consórcio vencedor. A construção custará R$ 2,2 bilhões e deve ser concluída em 2018.
Folha de S. Paulo