Carro popular encarece 10% em 2014
Cálculo inclui IPI maior e obrigatoriedade de airbag e freio ABS, que não costumam ser de série nesses modelos

Segundo a Anfavea, valor médio dos automóveis zero-quilômetro fica entre 1,1% e 5,6% maior


FELIPE NÓBREGA


DE SÃO PAULO


A adoção obrigatória de itens de segurança em todos os carros de passeio e comerciais leves produzidos no Brasil deve trazer aumentos de até 9,6% no preço dos populares a partir de janeiro.


A conta leva em consideração o novo IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), mais alto, e a instalação obrigatória de airbags e de freio ABS, que ainda não são de série nos carros mais baratos.


A Peugeot é uma das que decidiram não esperar a virada do ano para equipar o seu modelo mais acessível com os itens de segurança.


Com isso, o preço sugerido do hatch 207 Active (1.4) sofreu um reajuste de R$ 3.000 (9,6%). Já modelos completos da marca não apresentaram mudanças na tabela.


Considerando todos os modelos feitos no país, o preço dos carros poderá subir, em média, até 5,6%, prevê Luís Moan, presidente da Anfavea (associação das montadoras).


VENDAS EM QUEDA


A ameaça de aumento de preço não deixa de ser uma tática das montadoras para que haja uma corrida às lojas ainda em dezembro, numa tentativa de reverter o cenário de queda nas vendas.


De janeiro a novembro, o segmento registrou uma retração de 1,8% ante o mesmo período do ano passado.


Caso o plano falhe, esta será a primeira queda nas vendas em dez anos.


O governo, no entanto, ainda não divulgou de quanto será o aumento do imposto.


Especialistas em mercado ouvidos pela Folha acreditam que o repasse será, no máximo, parcial. Em tese, a alíquota do tributo para os modelos populares (1.0) passaria dos atuais 2% para 7% logo no início de 2014. Outros segmentos de automóveis teriam reajustes similares.


Segundo projeções da Anfavea, a cada ponto percentual de aumento do IPI, o veículo encarecerá 1,1%.


Folha de S. Paulo