DE BRASÍLIA
A comissão especial do Congresso Nacional que analisa a medida provisória que elevou a taxação dos bancos aprovou nesta quarta-feira (26) o relatório da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR).
O texto aprovado manteve o aumento da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) de instituições financeiras de 15% para 20% proposto no texto original pelo Executivo.
A senadora chegou a apresentar um parecer prelimi- nar prevendo um aumento da alíquota para 23%, mas recuou em meio a pressões de parlamentares da oposição e do PMDB.
O texto aprovado limitou a vigência do aumento de 1º de setembro de 2015 a 31 de dezembro de 2018. Após o fim do prazo, a alíquota voltará ao patamar atual de 15%.
Foi estabelecida, ainda, uma taxação reduzida para as cooperativas de crédito, com alíquota de 17%.
A medida provisória segue agora para votação nos plenários da Câmara dos Deputados e do Senado. A votação tem que ser feita até 18 de setembro, quando a medida perde a validade.
A mudança na taxação dos bancos foi uma das medidas adotadas pelo governo para incrementar suas receitas, que estão em queda por causa da retração da atividade.
A tributação maior visou ainda atender reivindicação do PT de que o ajuste fiscal, que restringiu o acesso a benefícios trabalhistas e previdenciários, precisava também contar com sacrifício do “andar de cima”.
Com essa elevação, a equipe econômica espera arrecadar R$ 900 milhões já em 2015, R$ 3 bilhões em 2016 e R$ 4 bilhões em 2017.
COMPENSAÇÃO
A alíquota da CSLL incidente sobre os lucros dos bancos e outras instituições financeiras foi elevada de 9% para 15% em 2008. Na ocaisão, o aumento compensava parcialmente a perda de receita decorrente da extinção da CPMF, o chamado imposto do cheque.
Até então, todas as empresas do país pagavam a mesma alíquota da contribuição. No ano passado, a CSLL sobre instituições financeiras arrecadou R$ 10,9 bilhões, com queda de 12,9% na comparação com 2013, já descontada a inflação.
Neste ano, as receitas com o tributo somaram R$ 8 bilhões até julho, alta de 1,25% em relação ao mesmo período de 2014.
Com a decisão sobre a CSLL, as ações dos bancos subiram.
Folha de s. Paulo