DE BRASÍLIA
A arrecadação do governo federal caiu, em agosto, pelo terceiro mês consecutivo na comparação com 2011, e a Receita reduziu sua expectativa de crescimento das receitas.
A previsão agora é que o recolhimento de tributos cresça de 1,5% a 2% frente a 2011, ante uma projeção anterior de alta de 3,5% a 4%.
Segundo a secretária-adjunta da Receita, Zayda Manatta, a revisão levou em conta a menor estimativa do governo para o avanço do PIB no ano, de 3% para 2%.
Em agosto, a arrecadação somou R$ 77,1 bilhões, 1,84% menos que no mesmo período de 2011, em valores corrigidos pela inflação. No ano, as receitas subiram 1,45%.
A Receita atribui a queda mensal ao menor crescimento da indústria e às desonerações promovidas pelo governo para estimular a economia. A renúncia fiscal somou R$ 1,758 bilhão em agosto. No acumulado do ano, essas desonerações já alcançam os R$ 10,5 bilhões.
Para Alex Agostini, economista da Austin Rating, a queda da arrecadação é “bastante compreensível”. “Se a arrecadação não crescer nada neste ano, ainda é motivo para se comemorar”, disse.
“Estamos em um cenário de recessão em outros países, e o Brasil está usando as armas que tem.”
(JULIA BORBA)
Fonte: Folha de S.Paulo/Mercado