Emílio Ribas, 150 anos
A trajetória do paulista que mudou a saúde pública brasileira

Comemoram-se neste mês os 150 anos de nascimento do médico sanitarista Emílio Ribas, que dá nome ao hospital da capital considerado referência no tratamento de doenças infectocontagiosas. Para ressaltar a data, foi montada uma exposição audiovisual em homenagem ao patrono e lançado o livro Emílio Ribas: O guerreiro da saúde, de José Lélis Nogueira. A mostra, com entrada gratuita, está aberta de segunda a sexta-feira, das 9 às 16 horas, até 11 de maio, na Casa Rosada, local tombado pelo patrimônio histórico onde funciona a diretoria do Emílio Ribas, na Avenida Doutor Arnaldo, 165, Cerqueira César.
A exposição consiste na exibição de documentário dividido em seis filmes, com momentos marcantes na história do médico, morto em 1925, na capital. Os vídeos estão instalados próximos a painéis com fotos históricas dos primórdios da saúde pública do Estado. No destaque da mostra, está a experiência da febre amarela, quando o sanitarista se deixou picar pelo mosquito
infectado, provando que a doença não era transmitida por contato direto com os doentes, contrariando a opinião médica da época.
O primeiro filme exalta a origem e a cidade natal (Pindamonhangaba) do médico, seus pais e sua infância. Os outros documentam sua experiência no enfrentamento de doenças como peste bubônica, tuberculose, hanseníase e varíola, além da febre amarela. Participam do documentário profissionais infectologistas e pesquisadores renomados da área como Arary da Cruz Tiriba e os infectologistas Marcus Vinícius Silva e Tuba Milstein Kuschnaroff.
Dedicação à causa – Preocupado em perpetuar o legado de Ribas, Lélis Nogueira, autor da biografia, conta a trajetória de luta do paulista que mudou os rumos da saúde publica brasileira.
A narração contextualiza o cenário da medicina do último século e do espírito revolucionário de alguém que ia contra a opinião científica, alcançando a cura para diversas doenças.
Em um dos trechos, Lélis explica o embate heroico do profissional que na cidade de Jaú precisou enfrentar a fúria de populares que queriam invadir o hospital para retirar pacientes do isolamento. Na época, além de desacreditar na cura dos enfermos, as pessoas entendiam que o doente merecia morrer em sua própria residência, perto da família. Emílio Ribas achava que desta forma a doença só se multiplicaria e, estrategicamente, organizou uma ação armando prisioneiros contra essa multidão. E ainda conseguiu convencer os detentos a voltar para o presídio.
Nogueira ressalta que o homenageado foi um homem dedicado a sua causa. “Um exemplo da sua bondade ocorreu com pacientes de hanseníase, que eram repudiados pela sociedade, e Emílio Ribas lutou por eles”. Ele foi um dos maiores nomes da medicina brasileira da primeira metade do século passado, ao lado de Oswaldo Cruz, Adolfo Lutz, Carlos Chagas e Vital Brasil, os quais também lutaram para mudar a consciência científica e popular da época.
Este ano, o Governo paulista inaugurou no hospital um novo ambulatório com 70% a mais de capacidade de atendimento. Em dezembro, foi entregue à população o primeiro Emílio Ribas fora de São Paulo, na Baixada Santista, em Guarujá. Estão previstas para este ano a expansão desta nova unidade dos atuais 16 para 56 leitos e a reforma do prédio central, dr. Doutor Arnaldo.


Da Agência Imprensa Oficial e da Assessoria de Imprensa do Portal do Governo do Estado