Mesmo assim, governo quer que o BNDES empreste mais R$ 20 bi aos Estados para tentar alavancar o crescimento
MARIANA CARNEIROAnunciados como mais um antídoto para reverter o desânimo da economia, os repasses do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) aos Estados minguaram na gestão Dilma Rousseff.
De janeiro do ano passado até a última semana, os Estados obtiveram R$ 6,7 bilhões em empréstimos do banco. Mas efetivamente sacaram 12% disso (R$ 854 milhões).
Os recursos contemplam pedidos de financiamento que foram aprovados ou contratados em 2011 e em 2012. Nas palavras do banco, recursos colocados à disposição dos Estados.
São aportes para obras do metrô, estádios para receber jogos da Copa do Mundo e reparos de estradas e de edifícios públicos. Mas pouco do que foi pedido -e aprovado – chegou ao destino final.
Em 2010, último ano da gestão Lula, os Estados haviam obtido mais: R$ 9,2 bilhões e conseguiram sacar também mais: cerca de dois terços do total (R$ 6,3 bi).
A moderação nos empréstimos do BNDES aos Estados está relacionada ao marasmo nos canteiros de obra. Segundo o banco, os recursos são liberados de acordo com o andamento dos projetos. Se demoram, os repasses ficam represados.
Como 2011 foi início de mandato para muitos governadores, houve um esfriamento sazonal nos empréstimos, acrescenta o BNDES.
Além disso, tal qual o governo federal e as empresas privadas, os Estados também pisaram no freio nos seus investimentos.
Segundo dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), os investimentos estaduais recuaram de um total de R$ 40 bilhões em 2010 para R$ 35 bilhões em 2011.
No início deste ano, os aportes seguiram fracos. Nos primeiros quatro meses, os Estados do Sudeste reduziram seus investimentos em 19% ante o mesmo período do ano passado.
SÃO PAULO
Há cerca de dez dias, São Paulo finalizou o processo para a retirada de R$ 1,4 bilhão para investir em metrô e trens. Os recursos, contudo, não foram desembolsados.
O secretário estadual de Fazenda, Andrea Calabi, afirma que os recursos serão acessados à medida que as obras das linhas 2-verde e 8-diamante avançarem.
Outra parcela, de R$ 276 milhões, entretanto, não recebeu sinal verde por falta de uma licença ambiental no trecho entre São Mateus e Cidade Tiradentes, na Zona Leste.
Fonte: Folha de S.Paulo/Poder