DE BRASÍLIA
Defendido por setores do governo, o corte da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) não conta com o apoio da Fazenda.
O ministério quer mantê-la em 6% por dois motivos: fortalecer a política monetária e evitar subsídios fiscais num momento de queda de receita.
Ministério do Desenvolvimento e empresários, por sua vez, desejam um corte da TJLP para 5% ou ao menos 5,5% ao ano.
O argumento é acompanhar a Selic, que caiu de 12,5% para 8,5% desde agosto de 2011. A TJLP não cai desde junho de 2009.
O Banco Central é contra a medida, pois considera que o crédito com juros subsidiados (abaixo da taxa Selic) tira eficácia da política monetária.
Atualmente, há juros especiais para habitação, agricultura e investimentos financiados pelo BNDES. Com isso, essas operações não se retraem quando a Selic é elevada nem se expandem ela cai.
A decisão oficial cabe ao Conselho Monetário Nacional, mas a palavra final é da presidente Dilma.
A Folha apurou que ela estava sendo pressionada a cortar ao menos 0,25 ponto, como sinal de estímulo aos investimentos.
(VALDO CRUZ E GUSTAVO PATU)
Fonte: Folha de S.Paulo/Mercado