COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A partir deste ano, todos os formandos de medicina no Estado serão obrigados a fazer a prova do Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo).
O exame será obrigatório e pré-requisito para exercer a profissão e fazer residência.
A informação foi publicada ontem pelo jornal “O Estado de S. Paulo”.
O Cremesp diz que a iniciativa se deu “em decorrência da queda acentuada na qualidade do ensino médico”.
Segundo o órgão, das 28 instituições que formarão médicos neste ano, ao menos 16 apoiaram a medida.
A Associação Médica Brasileira e as sociedades de medicina também se declararam favoráveis, diz o Cremesp.
O exame será aplicado em 11 de novembro para cerca de 2.460 alunos do último ano do curso. Inicialmente, a prova será uma vez por ano.
Diferentemente do exame da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), por exemplo, quem obtiver índice de acerto abaixo de 60% -nota de corte para aprovação na prova- não será impedidos de exercer a profissão.
O exame é aplicado desde 2005, de forma voluntária. USP e Unicamp boicotam.
“Somos contra qualquer exame de ordem porque acreditamos que a medida serviria somente para punir o estudante no final do curso, e não as instituições de ensino”, diz Marcela Vieira Freire, coordenadora-geral da Direção Executiva Nacional dos Estudantes de Medicina.
“Somos contra a abertura indiscriminada de cursos feita pelo MEC e essa é a forma de avaliarmos o ensino médico no Estado”, diz o cardiologista Braulio Luna Filho, coordenador do exame e primeiro-secretário do Cremesp.
O Conselho Federal de Medicina diz concordar com medidas de avaliação, mas “não tem ainda consenso sobre a melhor abordagem para enfrentar o problema”.
Fonte: Folha de S.Paulo/Cotidiano