Governo considera ensino técnico prioritário, diz Mercadante
De acordo com ministro da Educação, segmento é o gargalo imediato a ser vencido

20 de novembro de 2013 | 16h 44

 

Beatriz Bulla, Dayanne Sousa e Gabriela Lara, da Agência Estado

 

SÃO PAULO – O ensino técnico profissionalizante é uma prioridade imediata do governo, segundo o ministro da Educação, Aloizio Mercadante. “O mundo está em recessão, e reduzindo custos. Reduzindo especialmente o custo do trabalho. Nós estamos em pleno emprego, com uma das menores taxas de desemprego do mundo, aumentando salário real e isso só é sustentável se estudarmos para o trabalho”, disse. “O gargalo imediato que temos é a formação técnica profissionalizante.”

Ele reforçou que a presidente Dilma Rousseff tem a percepção da importância da educação para aumentar a competitividade no País. Segundo Mercadante, inovar e produzir de forma mais eficiente é “fundamental” para o Brasil poder disputar “nesse quadro de crise e concorrência internacional”.
 

Desigualdade. Mercadante afirmou que houve no Brasil um processo de redução da desigualdade que ele considerou “espetacular”. Durante evento da série Fóruns Estadão Brasil Competitivo, em São Paulo, o ministro apresentou a evolução do índice de Gini e do Produto Interno Bruto (PIB) per capita no Brasil nos últimos anos. Mercadante destacou o impacto positivo do programa Bolsa Família. Segundo ele, o programa melhorou a cobertura de matrículas escolares e o desempenho acadêmico.

O ministro da Educação argumentou que o Brasil ainda precisa ampliar os investimentos em ensino. Ele afirmou que o País é o que mais aumentou verba para educação, citando estudos da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

“Somos o maior país em investimento público em educação quando se olha a receita da União”, disse. Ainda assim, Mercadante afirmou que o investimento per capita é inferior ao de vários países da OCDE.

Mercadante defendeu a necessidade de acabar com a indicação política para cargos de gestão de educação no Brasil. “Tem de acabar no País a indicação política, não é possível que prefeito ache que tem de indicar alguém que seja amigo”, declarou. Ele criticou as greves de longa duração no setor educacional. “Professor não pode se vitimizar e ficar se queixando, porque aí todo ano faz greve de dois ou três meses e quem paga essa conta são as crianças”, acrescentou.

http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-geral,governo-considera-ensino-tecnico-prioritario-diz-mercadante,170523,0.htm