Alckmin diz que novo sistema é mais justo e reduzirá tarifa, mas admite que alguns irão ‘pagar um pouquinho’
JOSÉ BENEDITO DA SILVAO governo de São Paulo disse ontem que não esgotou os estudos para definir quais trechos urbanos de rodovias concedidas terão cobrança de pedágio a partir da implantação do sistema eletrônico.
Entre as ferramentas estão uma pesquisa de origem e destino, que vai mapear pontos de todo o Estado, além dos dados colhidos nos testes feitos em Itatiba e Indaiatuba.
A afirmação foi feita após reportagem da Folha mostrar que a implantação do sistema em todo o Estado -como quer o governo- vai ter como impacto a taxação de veículos em trechos urbanos que hoje não são pedagiados.
Candidatos a prefeito exploraram a medida politicamente, como Fernando Haddad (PT) e Celso Russomanno (PRB), o que levou o governador Geraldo Alckmin (PSDB) a defender o modelo.
O novo sistema, previsto para 2014, prevê cobrança por meio da leitura de chips em veículos e ampliará o total de carros tarifados e a extensão da via pedagiada.
Segundo Karla Bertocco Trindade, diretora-geral da Artesp (agência de transportes do Estado), não é possível apontar quais trechos serão tarifados, porque o governo está empenhado em levantar dados básicos para orientar a implantação do sistema.
Entre eles estão definições de custo, de tecnologia e de ritmo da implantação, que pode ter uma transição, com dois sistemas -manual e eletrônico- operando juntos.
“Com as conclusões e uma pesquisa de origem e destino, vou conseguir dizer para o governador quais são as alternativas para os pontos que a gente achar mais difícil.”
Em entrevista anterior, Karla havia citado como “pontos críticos” trechos como os das rodovias Anchieta, entre a capital e São Bernardo do Campo, e o da Dom Pedro 1º, em Campinas, que serve de acesso à Unicamp.
Segundo ela, vários fatores serão levados em conta em trechos urbanos, como a sobrecarga da rodovia com viagens de curta distância e a existência de vias marginais. “Pode ser que um trecho urbano entre e outro, não. Vamos analisar caso a caso.”
Ela listou alternativas para esses trechos, como isentar a cobrança dentro das cidades, construir vias marginais e repassar a gestão de trechos aos municípios -todas citadas na reportagem.
TARIFA MENOR
Tanto ela quanto Alckmin enfatizaram que o pedágio eletrônico visa reduzir tarifa e tornar a cobrança mais justa, com pagamento por km rodado, mas ambos admitem que mais gente terá de pagar.
“Pode ter casos de pessoas que (…) não pagavam nada e passarão a pagar um pouquinho. Mas o objetivo é reduzir tarifa, não aumentar”, disse Alckmin ao portal Terra.
Fonte: Folha de S.Paulo/Cotidiano