LORENNA RODRIGUES
DE BRASÍLIA
O governo quer chegar ao fim deste ano com apenas 25% de sua dívida composta de títulos que rendem pela taxa básica de juros (Selic), segundo a Folha apurou. A meta deverá ser anunciada até o final desta semana.
Se o alvo da equipe econômica for alcançado, será a maior redução percentual desses papéis desde 2006.
No fim do ano passado, a fatia dos papéis remunerados pela Selic era de 30%, até então a menor da história.
A redução faz parte da estratégia de melhorar o perfil do endividamento público.
Em primeiro lugar, diminuir esses títulos é importante porque dá mais previsibilidade à gestão da dívida, pois aumenta a participação de papéis com rendimento prefixado ou baseado na inflação, para a qual existe uma meta oficial.
Em segundo lugar, assegura mais liberdade ao Banco Central, que, quando necessário, pode aumentar a taxa de juros sem se preocupar com o impacto sobre as despesas com a remuneração dos investidores.
“Esses títulos são um resquício de uma época de inflação muito alta e instabilidade econômica”, explica o economista Homero Guizzo, da consultoria LCA.
Para alcançar essa meta, o governo conta principalmente com decisões envolvendo fundos públicos.
No fim do ano passado, o Tesouro Nacional determinou que fundos de estatais se desfizessem desses papéis.
Decisão semelhante deverá será tomada ainda neste ano em relação ao FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), o que poderá baixar esse percentual em mais um ou dois pontos.
Fonte: Folha de SPaulo/Poder