O Horto Florestal e o Parque da Cantareira (situados na zona norte de São Paulo) e o Parque Ecológico do Tietê (zona leste), fechados ano passado devido à presença de macacos infectados pelo inseto transmissor da febre amarela, foram reabertos ontem (10). Para proteger a população paulista da doença, a Secretaria de Estado da Saúde anunciou também que de 3 a 24 de fevereiro haverá campanha inédita de imunização contra a febre amarela no território paulista.
Frequentadores estão sendo alertados de que só devem visitar os parques dez dias depois de tomar a vacina contra a febre amarela
As unidades foram fechadas para ações preventivas de saúde como busca do inseto vetor e dos
macacos infectados. O trabalho foi realizado com apoio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Instituto Florestal e Departamento de Águas e Energia Elétrica.
Na entrada dos parques reabertos consta faixa com os dizeres: “Tome a vacina dez dias antes de
visitar o parque”. A pasta da saúde admite que os insetos transmissores da febre amarela continuam circulando nesses locais. No entanto, é responsabilidade de cada cidadão tomar a vacina, se proteger e frequentar essas áreas verdes com segurança e tranquilidade.
14 milhões imunizados – A diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) do Estado de São Paulo, Rejane de Paula, informa que de 2007 a 2016 foram imunizadas 7,6 milhões de pessoas no Estado, ante 7 milhões de paulistas de fevereiro do ano passado até agora.
A Secretaria da Saúde esclareceu que não há surto e nem epidemia no Estado de São Paulo e sim mortes de macacos e de humanos devido à febre amarela silvestre. De janeiro de 2017 até o momento, houve 29 casos de febre amarela silvestre confirmados no Estado, dos quais 13 evoluíram para óbito. Não há febre amarela urbana no Brasil desde 1942.
A campanha de vacinação tem o objetivo de proteger a população contra a doença,
antecipando a imunização ao levar a vacina a locais onde ainda não há circulação do vírus. A meta é vacinar 6,3 milhões de pessoas que residem em regiões da Grande São Paulo, Vale do Paraíba e Baixada Santista, totalizando 53 cidades (confira a lista de municípios no link goo.gl/uXFaKz).
Em 40 cidades, a vacina será ofertada para a população total, devido à alta concentração de mata. Outros 13 municípios terão vacinação parcial para moradores de bairros com maior vulnerabilidade. Na capital paulista, a médica Rejane relaciona os bairros participantes da campanha: Capão Redondo, Cidade Dutra, Cidade Líder, Cidade Tiradentes, Grajaú, Guaianases, Iguatemi, Jardim São Luís, São Mateus, Socorro, Vila Andrade, José Bonifácio,
Parque do Carmo, Pedreira e São Rafael.
Dose fracionada – Todos os recortes foram definidos por critérios epidemiológicos após análises técnicas e de campo feitas pelo CVE e Sucen (Superintendência de Controle de Endemias) em matas. A campanha será realizada com dose fracionada da vacina, conforme diretriz do Ministério da Saúde. O frasco utilizado na rede pública poderá ser subdividido em até cinco partes, sendo aplicado 0,1 ml da vacina. Estudos evidenciam que a vacina fracionada tem eficácia comprovada de pelo menos oito anos.
As carteiras de vacinação terão um selo especial para informar que a dose aplicada foi a fracionada. Nas demais áreas do Estado, onde já há vacinação em razão da circulação do vírus, a imunização seguirá com a vacina plena. Quem já tomou uma dose não precisa se imunizar de novo. O produto aplicado até o momento (dose padrão) vale para a vida toda, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
A campanha também prevê a oferta de 1,5 milhão de doses convencionais a crianças com idade de 9 meses a 2 anos incompletos, pessoas que viajarão para países com exigência da vacina, grávidas residentes em áreas de risco, transplantados, e portadores de doenças crônicas. Deverão consultar o médico sobre a necessidade da vacina os portadores de HIV positivo, pacientes com tratamento quimioterápico concluído, transplantados, hemofílicos ou pessoas com doenças do sangue e de doença falciforme.
Viviane Gomes
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial
Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado da Saúde
DOE, Seção I, p. I