MARIANA CARNEIRO
DE SÃO PAULO
Biocombustíveis e tablets são dois exemplos dos 114 produtos industriais que serão incorporados, no mês que vem, à pesquisa do IBGE que monitora a produção da indústria brasileira.
Os produtos pesquisados vão aumentar de 830 para 944. Além disso, vai dobrar o número de fábricas entrevistadas, de 3.700 para 7.800.
O aumento da cobertura, dizem analistas, pode revelar um retrato menos negativo e mais disperso da indústria.
Bráulio Borges, economista-chefe da consultoria LCA, afirma que a mudança pode alterar a produção industrial em 2013 de um crescimento de 1,2% para 2%. O IBGE vai rever os dados desde 2012.
Ele recalculou a produção de cerca de 35% dos itens pesquisados e constatou que está sendo subestimada.
“O IBGE vem mostrando redução na produção de celulares e cimento, por exemplo, mas os fabricantes informam que houve crescimento”, diz.
Segundo André Macedo, gerente do IBGE, a pesquisa será atualizada. A medição, hoje calibrada com o retrato da indústria de 1998 a 2000, terá 2010 como parâmetro.
“Independentemente do resultado, fatores conjunturais, como o aumento das importações, permanecem e não mudam o quadro da indústria”, afirma.
A produção industrial é um dos ingredientes dos modelos de previsão do crescimento do PIB, usados por analistas. As projeções fundamentam decisões de investimento.
Outra novidade é a entrada da indústria de Mato Grosso na pesquisa. A interiorização das fábricas deve fazer com as fábricas de SP percam importância. Os dados oficiais serão divulgados em maio.
Folha de S. Paulo