Livros raros estavam em sacos de lixo na rua
Obras haviam sido roubadas do Instituto de Botânica em fevereiro

04 de abril de 2012 | 3h 03
William Cardoso – O Estado de S. Paulo
Os 22 livros raros roubados do Instituto de Botânica, na zona sul de São Paulo, em 2 de fevereiro, foram recuperados exatamente dois meses depois, na segunda-feira à noite. A polícia prendeu um integrante da quadrilha e encontrou os exemplares jogados em sete sacos de lixo na Rua Ramon Penharrubia, no Paraíso, também na zona sul.


Ernesto Rodrigues/AEAlguns exemplares roubados chegam a valer US$ 60 milA polícia monitorava o autônomo Carlos Xavier de Araújo Lima, de 38 anos, integrante da quadrilha acusada do roubo, e conseguiu prendê-lo quando deixava uma academia no Bom Retiro, no centro. Lima tem passagem por roubo, estava foragido da Justiça desde abril de 2010 e, segundo a polícia, participaria de uma negociação envolvendo os livros que ocorreria na rua onde foram deixados. “Ele foi detido e, portanto, não apareceu para fazer o contato, o que deve ter chamado a atenção dos demais. Mandamos viaturas descaracterizadas até o lugar onde os livros seriam mostrados. Os bandidos provavelmente notaram a movimentação, descartaram o material e fugiram”, disse o diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), Nelson Silveira Guimarães.


O diretor do Deic diz que Lima faz parte do grupo responsável por executar o roubo, mas não por planejá-lo.


Duas viaturas seriam deslocadas ontem para levar até o instituto os 11 volumes de Flora Fluminensis, cinco de Sertum Palmarum Brasileinsium, dois de Le Bambusées e exemplares de Graminearum Genera, Herbarium Amboinense, Plantarum Brasiliae e Flora Brasilica. Aparentemente, as obras estão intactas.


Alívio


Funcionários do Instituto de Botânica demonstraram alívio com a recuperação dos livros. “Nosso medo era que colocassem fogo para se livrar da prova do crime”, afirmou a bibliotecária Maria Helena Gallo.


A diretora do instituto, Vera Bononi, disse que livreiros do exterior estimaram em US$ 60 mil alguns exemplares roubados. “As figuras é que poderiam interessar. Os textos estão na internet.”


Fonte: Estadão.com.br/Metrópole