20 de novembro de 2013 | 2h 06
O Ministério da Educação (MEC) vai lançar um programa de bolsas de formação
para professores do ensino médio com o objetivo de melhorar essa fase do ensino.
Seguindo o modelo do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic), o
projeto vai dar bolsas também aos orientadores das escolas, coordenadores
regionais e das secretarias de Educação e docentes das universidades –
responsáveis pela formação de profissionais. Também haverá desenvolvimento de
material específico.
O programa seria lançado nesta quarta-feira, dia 20, mas foi adiado pelo MEC
por problemas de agenda, segundo a assessoria de imprensa da pasta. O anúncio
deve ocorrer na segunda-feira.
O projeto é uma ação do MEC com o Conselho Nacional de Secretários de
Educação (Consed), que discutem a reforma da etapa desde o ano passado. Hoje,
86% da oferta de ensino médio cabe às redes estaduais.
A pasta já anunciou criação de 30 mil bolsas para alunos do ensino médio que
queiram ser professores de matemática, física, química e biologia. O MEC e o
Consed também articulam a mudança da base curricular para áreas (linguagens,
matemática, ciências da natureza e ciências humanas), como é o Enem.
Os detalhes sobre o número de bolsas e orçamento serão apresentados em
Brasília na semana que vem. No Pnaic, cuja meta é alfabetizar as crianças até os
8 anos, a previsão é gastar R$ 2,7 bilhões até o ano que vem. Professores
alfabetizadores recebem bolsas de R$ 200, mas os pagamentos aumentam dependendo
da função. O País tem 8 milhões de alunos na fase de alfabetização.
Já no ensino médio, são cerca de 5,5 milhões matrículas – o que representa
52% dos jovens entre 15 a 17 anos. Outros 25% dos adolescentes nessa faixa
etária estão atrasados. Mais de 1,5 milhão de adolescentes dessa idade estão
fora da escola. Além disso, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica
(Ideb) do ensino médio estagnou em 2011 – nos anos iniciais, o indicador havia
mostrou crescimento.
Para a diretora da ONG Todos Pela Educação, Priscila Cruz, a formação é
necessária, mas uma reforma é essencial. “O modelo de 13 disciplinas, igual para
todos, está comprovadamente equivocado. Não responde ao mundo atual e ao jovem”,
diz ela, que participou dos debates na Câmara dos Deputados sobre alteração da
organização dos currículos do ensino médio. Além de indicar novo desenho da
grade, o relatório preliminar aponta para criação de escolas vocacionadas para
determinadas áreas e ênfase na formação profissional.
* Atualizado às 20h07