No dia 15, médicos cardiologistas, nutricionista, psicóloga e educadora física foram à Escola Estadual (EE) de Ensino Fundamental e Médio Caetano de Campos, no bairro Cambuci, região central da capital paulista, para capacitar e transmitir conhecimento aos professores, alunos e membros da comunidade escolar sobre as doenças cardiovasculares. As palestras integram o projeto piloto SBC Vai à Escola, parceria entre a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e o Governo do Estado, por meio da Secretaria da Educação. Monitores da SBC e do Estado vão multiplicar informações sobre prevenção da doença para alunos e comunidade O protocolo de intenções, assinado no mês passado, prevê a educação cardiovascular em várias etapas nas escolas públicas do Estado de São Paulo. A primeira etapa será de formação de monitores para multiplicar informações a respeito das doenças cardiovasculares e suas formas de prevenção . Vida saudável
“Eu diria que saúde começa na escola e não no posto de saúde. O primeiro grande passo para que possamos ter uma sociedade mais saudável é a partir do momento em que as pessoas começam a ter hábitos saudáveis. Viver com doença é uma limitação na vida do ser humano. Temos de estimular as crianças e os jovens à vida saudável, para evitar que eles cheguem à vida adulta acometidos por doenças, como hipertensão, diabetes, entre outras”, explica o médico, que, em sua palestra, tratou do tema aterosclerose e seus fatores de risco.
A nutricionista Giorgia Russo, da pasta da Educação, explicou que o plano de trabalho da parceria será desenhado após o estudo da sistemática desse encontro. “Depois, serão apresentadas salas temáticas, para sensibilizar os alunos sobre a importância da alimentação saudável, da atividade física e do relaxamento, no dia 29, na EE Caetano de Campos”, diz.
“Vamos criar um plano de trabalho padronizado e expandir às demais escolas da rede estadual. As doenças crônicas não transmissíveis são responsáveis por 30% da mortalidade no País, mas é possível preveni-las na infância e adolescência, se houver promoção da saúde nos estabelecimentos de ensino”, explica a nutricionista, que abordou a alimentação saudável como fator de proteção cardiovascular.
Prevenção
– A cardiologista Carla Lantieri, membro do Comitê da SBC, explicou sobre a importância do programa e como lidar com os fatores de risco cardiovascular e a vulnerabilidade na infância e adolescência. Para ela, a intenção do programa SBC Vai à Escola é levar de forma didático-pedagógica aos docentes e alunos a importância da prevenção dessa doença.“Vamos transformar esse conhecimento em uma linguagem acessível para orientar e informar sobre a importância de se ter os fatores de riscos controlados. A doença cardiovascular é a que ais mata no Brasil. Nossas crianças e adolescentes estão cada vez mais obesos e sedentários; têm aumento da pressão arterial muito precocemente, diabetes tipo 2 e contato com drogas”, afirma a médica.
Segundo ela, a ideia é que o programa atinja 12 milhões de estudantes de escolas estaduais para que recebam informação sobre sua saúde. “É preciso que eles entendam que a saúde do coração depende de seus hábitos, comportamentos e escolhas”, afirma.
Meta
– Carla citou a campanha da Federação Mundial do Coração, que preconiza diminuir em 25% a taxa de mortalidade por doença cardiovascular até 2025. “Essa também é a nossa grande missão com o programa SBC vai à escola.”Para o diretor substituto da escola Caetano de Campos, Marcelo Luiz da Silva, é muito importante a participação do aluno. “Os jovens do 6º e 7º anos serão os protagonistas desse projeto. Eles irão multiplicar os conhecimentos adquiridos aos demais alunos e à comunidade.”
Outra palestrante, a psicóloga do Hospital do Coração (HCor), professora doutora Sílvia Cury Ismael, abordou o tema estresse em adolescentes, tabagismo e outras drogas; e a educadora física, professora doutora Kátia D’ Angelis, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), tratou da atividade física como proteção cardiovascular.
Tania de Melo
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial
DOE – Seção I, p. III