A Secretaria do Meio Ambiente (SMA) e a WWF-Brasil (organização nacional integrante da Rede WWF – uma das maiores entidades mundiais de conservação da natureza) – assinaram convênio para apoiar a gestão e o desenvolvimento das unidades de conservação ambiental do Estado de São Paulo. A parceria terá atuação em duas frentes: a utilização pública de cinco parques estaduais (Ilha Anchieta, Campos do Jordão, Cantareira, Serra do Mar e Fontes do Ipiranga) e o apoio à gestão sustentável das Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) do Estado de São Paulo.
Quanto à estruturação do uso dos parques estaduais (administrados pela SMA por meio da Fundação Florestal e do Instituto de Botânica), o convênio objetiva, entre outras coisas, fortalecer e consolidar o Programa Trilhas de São Paulo, disseminador do ecoturismo nas unidades de conservação do Estado. O acordo trata da gestão, manutenção e preservação de 250 km de trilhas existentes, além da implantação de mais 50 km.
A intenção é estimular a população a buscar o ecoturismo como opção de lazer, em vista da variada lista de atrações que essas unidades oferecem a poucos quilômetros da capital: cavernas, trilhas terrestres e subaquáticas, cachoeiras, entre outras. Prevê, ainda, a padronização da sinalização e estrutura de comunicação nos parques, inclusive com indicações bilíngues. O objetivo é preparar as unidades de conservação para receber o grande fluxo de turistas trazidos pela Copa do Mundo em 2014 e, ao mesmo tempo, despertar na população o interesse e o reconhecimento da importância dessas áreas.
O assessor da SMA, Daniel Glaessel, reforça que a ideia é utilizar o advento do Mundial para deixar um legado permanente para a população do Estado. “Nosso grande ganho com tudo isso será trazer o paulista para conhecer as opções que o Estado oferece, em termos de lazer ecológico”, ressalta. “É essencial que essa cooperação não somente contribua para a preservação desses ambientes, mas principalmente traga o reconhecimento, pela população, desse patrimônio natural”, completa o superintendente de conservação da WWF-Brasil, Michael Becker.
Reservas particulares – A parceria com a WWF-Brasil prevê também o apoio à gestão sustentável das RPPNs, incluindo a elaboração e divulgação de mapeamentos, rankings, atlas e diagnósticos de área, fauna e flora de todas essas reservas. As RPPNs são unidades de conservação de poder privado, em que o proprietário transforma parte de seu terreno em área de conservação, em caráter permanente. Essas áreas passam a dispor de plano de manejo para garantir a preservação da diversidade biológica ali existente e tornam-se abertas para o desenvolvimento de atividades de ecoturismo, educação ambiental e pesquisa científica.
Em decorrência do alto grau de diversificação dos biomas em São Paulo, a RPPN constitui importante instrumento de conservação da natureza. “É muito importante que o Estado esteja mostrando apoio a essa iniciativa do proprietário particular e a sua contribuição, ao reservar parte de sua área para prestar um serviço ambiental”, ressaltou Michael Becker. Só neste ano, o Governo estadual disponibilizou R$ 4 milhões por meio do programa Crédito Ambiental Paulista para a conservação de RPPNs. Ao todo são 72 reservas particulares reconhecidas pelo Estado, o que corresponde a mais de 20 mil hectares de preservação de mata atlântica e cerrado.
Roseane Barreiros
Da Agência Imprensa Oficial
DOE, Executivo II, 07/08/2013, p. IV