Pesquisa da USP é premiada em congresso de cardiologia

Pesquisa de mestrado da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP, câmpus São Paulo, recebeu premiação num simpósio do 36º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), um dos mais importantes da área, promovido nos dias 4, 5 e 6 de junho.

O doutorando Leandro Campos de Brito, da EEFE-USP, é o autor do trabalho reconhecido com o primeiro lugar em Melhor Pesquisa Aplicada no 16º Simpósio de Educação Física e Esporte de um evento-satélite da Socesp. Com o título Respostas hemodinâmicas e hormonais pós-exercício aeróbico, realizado pela manhã e ao final do dia, a tese foi defendida em 2013, com orientação da professora doutora Cláudia Lúcia de Moraes Forjaz.

O estudo foi feito com 13 homens pré-hipertensos, de 20 a 45 anos. Eles foram submetidos a uma sessão de exercício aeróbico na bicicleta, em intensidade leve a moderada, durante 45 minutos. “O foco era verificar se a resposta da pressão arterial, após a atividade física desses voluntários, era diferente no período da manhã, em relação ao período da noite”, explica o pesquisador.

Benefício – O doutorando informa que a pressão arterial do organismo é regulada pela quantidade de sangue ejetada na circulação durante um minuto (débito cardíaco) e pela resistência vascular perifé rica (dificuldade do sangue em passar pelos vasos através da circulação sistêmica).

Após a aferição da pressão arterial antes e após uma sessão de exercício nos dois períodos, ele concluiu que, de manhã, houve diminuição do débito cardíaco, sem alteração do hormônio chamado vasopressina – responsável pelo controle do volume do sangue no organismo.

“Esse resultado sugere que o exercício aeróbico matutino é mais benéfico para melhorar a pressão arterial. No meu doutorado, que está em andamento, vamos ter certeza dessa constatação”, frisa.

Com supervisão da professora doutora Cláudia Lúcia, Brito avaliou alguns hormônios que regulam a pressão arterial no Laboratório de Hemodinâmica da Atividade Motora da EEFE-USP. O trabalho teve a parceria do Laboratório de Rim e Hormônios da Escola Paulista de Medicina, ligado à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Voluntários – Em estudo anterior, o grupo de pesquisa da professora Cláudia Lúcia também observou que essa resposta benéfica ao organismo é melhor quando o exercício é feito pela manhã por causa da maior redução do débito cardíaco, um dos mecanismos hemodinâmicos que determina a pressão arterial sistêmica.

Brito informa que seu doutorado contempla estudo mais abrangente, com análise de grupos em treinamento de manhã e à noite. Para tanto, convida 64 homens hipertensos, com idade entre 30 e 60 anos, que controlam a hipertensão com remédios, para participar do projeto de pesquisa (ver serviço). Quem tem doenças cardíacas prévias – sofreu acidente vascular cerebral (AVC) ou infarto, trata de problemas coronarianos ou insuficiência cardíaca – não pode participar.

O voluntário deve ter disponibilidade para realizar atividade aeróbica durante dez semanas, sendo três sessões semanais (uma hora por dia), oferecidas na EEFE-USP – Avenida Professor Mello Moraes, 65 – Cidade Universitária, Butantã. O candidato passará por avaliação cardiológica completa para confirmar aptidão ao estudo.

Entre as vantagens da participação, o doutorando ressalta a gratuidade e os benefícios do exercício físico, que controla a pressão arterial. Ele esclarece que mulheres não são recrutadas por causa de fatores hormonais que diferenciam as respostas da pressão arterial em relação ao resultado masculino.

DOE, Executivo I, 24/06/2015, p. I