SÃO PAULO – O Prêmio Pulitzer divulgou nesta segunda-feira, 16/4, os vencedores de sua 96ª edição – e pela primeira vez em 35 anos, a lista não incluiu uma obra de ficção. Também não foi entregue nenhum prêmio na categoria escrita editorial.
O prêmio de não ficção foi para “A Virada”, do crítico literário Stephen Greenblatt, que já havia recebido o National Book Awards de não ficção pela obra. O autor lançará o livro no Brasil durante a próxima Flip, que ocorre em julho, em Paraty (RJ). Em “A Virada”, ele conta a história do secretário papal Poggio Bracciolini, que foi um grande pesquisador de livros na Renascença e que encontrou, em um monastério alemão, uma cópia de “Sobre a Natureza das Coisas”, do poeta e filósofo Lucrécio (I a.C). A obra, que estava desaparecida há mais de mil anos, questionava o domínio religioso, e sua recuperação foi impactante, segundo Greenblatt.
O Pulitzer de biografia foi para “George F. Kennan: An American Life”, de John Lewis Gaddis, livro definido pelo júri como “um retrato do diplomata cuja vida complicada foi entrelaçada com a Guerra Fria e a emergência dos Estados Unidos como centro mundial do poder”. O prêmio de história foi para “Malcolm X: A Life of Reinvention”, de Manning Marable, que morreu antes de ver seu livro publicado. Tracy K. Smith ganhou o prêmio de poesia com “Life on Mars”, e Kevin Putz o de música, com “Silent Night: Opera in Two Acts”. Na categoria drama, a vencedora foi Quiara Alegría Hudes, com a peça “Water by the Spoonful”, sobre um veterano da Guerra do Iraque que tenta fugir das imagens que o perseguem enquanto lida com a mãe, que luta para vencer o vício.
Dentre os jornais, o destaque ficou com o “New York Times”, que recebeu dois prêmios: o de jornalismo analítico, por uma série de reportagens de David Kocieniewski que mostrava como ricos evitavam o pagamento de impostos, e de jornalismo internacional, por uma reportagem de Jeffrey Gettleman sobre fome e conflitos no Chifre da África, que inclui países como Quênia, Somália, Etiópia, Eritreia e Djibuti. O Huffington Post, fundado por Arianna Huffington em 2005, conquistou o Pulitzer pela primeira vez: a série “Beyond the Battlefield”, de David Wood, sobre as dificuldades que os soldados americanos que combateram no Iraque e no Afeganistão encontraram ao voltar para casa, foi escolhida a melhor reportagem nacional.
Mais informações: Pulitzer
(Com agências internacionais)
Fonte: Valor Econômico/Cultura