DE BRASÍLIA
O governo federal fechou o mês de maio com um resultado em suas contas que, apesar de positivo, foi muito menor do que o registrado nos últimos meses e só foi possível por conta do pagamento de dividendos pelas estatais.
No mês passado o superavit primário (resultado antes do pagamento dos juros da dívida pública) foi de R$ 1,78 bilhão, menor valor desde novembro de 2010. No acumulado do ano a economia já é menor que a feita no mesmo período de 2011 em relação ao Produto Interno Bruto.
A queda -de 2,76% do PIB para 2,64% do PIB- resultou da desaceleração na arrecadação de impostos em razão do esfriamento da economia.
“Mesmo com uma receita em que o efeito da crise internacional já se fez presente, nós conseguimos ter um primário bem forte”, ponderou o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin: “No primeiro semestre a receita de fato não teve um crescimento forte, esperamos que no segundo semestre esse crescimento seja maior”.
Para não fechar no vermelho, no mês passado o governo recolheu R$ 2,7 bilhões em dividendos das estatais. Sem isso, o resultado de maio teria sido deficitário. Augustin admitiu que o governo recorre às receitas das estatais nos meses de maior aperto, mas não vê anormalidade nisso.
“Dividendo é uma receita igual a qualquer outra, não é correto fazer a análise [do resultado] sem essa receita.”
O equilíbrio fiscal é considerado essencial para permitir a redução da taxa de juros. Até maio o governo economizou R$ 46,8 bilhões, equivalente a 48,2% da meta para o ano. Ao contrário de 2011, porém, as despesas aumentaram mais do que as receitas.
O governo diz que o aumento vem do crescimento dos investimentos, que subiram 30,2% neste ano. Essa alta, porém, é inflada pelos gastos do “Minha Casa Minha Vida”, que até 2011 eram classificados como subsídios.
Fonte: Folha de S.Paulo/Poder