20 de novembro de 2013 | 16h 52
Daniela Rocha, especial para o Estadão
SÃO PAULO – No País, as empresas apostam cada vez mais em
estruturas próprias para garantir formação e desenvolvimento de todos os níveis
de colaboradores de maneira contínua. As universidades corporativas (UCs) são
sistemas de educação direcionados ao trabalho.
Além de transmitirem aos funcionários suas filosofias, os
conhecimentos e as competências necessárias para que atinjam os objetivos
estratégicos, as companhias também buscam suprir as falhas do sistema
educacional brasileiro.
diferencial de competitividade. Por meio das UCs, as empresas se preparam para
mudanças na economia global e volátil”, diz Marcos Baumgartner, presidente
da Associação Brasileira de Educação Corporativa (AEC Brasil).
De acordo com ele, embora não haja um levantamento oficial,
estima-se que existam mais de 300 universidades corporativas no País. “Mas
acho importante considerar que muitas empresas no Brasil, embora não tenham
universidades corporativas, já mantêm sistemas educacionais corporativos muito
bem organizados.
Porta aberta. De acordo com ele, as iniciativas têm se
multiplicado no País em curto espaço de tempo. O Brasil, muito influenciado
pela experiência dos Estados Unidos, vem adotando o conceito de UCs em grandes
empresas há 15 anos.
universidades corporativas para capacitação do universo próprio de
colaboradores, contudo, há estruturas que extrapolaram a atuação para toda a
cadeia de produção. Existem ainda as universidades corporativas setoriais, que
desenvolvem cursos para os colaboradores de pequenas e médias empresas com a
mesma natureza de operações.
Corporativa 2012”, conduzida pela professora Marisa Eboli da Fundação
Instituto de Administração (FIA), envolvendo 60 universidades corporativas,
demonstra como se comportaram os orçamentos.
UCs e 22% mantiveram no mesmo patamar de 2011. Apenas 23% tiveram reduções
causadas por restrições financeiras internas, cenário econômico e mudanças no
modelo de gestão.
de desenvolvimento do Grupo Fiat, com sede em Betim (MG), é uma universidade
corporativa atípica, considerada uma referência. “Nasceu para dar suporte
ao grupo, mas passou por mudanças para atender também a outras empresas”,
destaca Márcia Naves, superintendente do Isvor.
fora do grupo. Por exemplo, Samarco, Tim, GE e Petrobrás já tiveram
colaboradores capacitados no instituto. Em relação à Petrobrás, por meio de
licitação, os proprietários de postos de combustíveis receberam treinamento em
planejamento estratégico e segurança.
os colaboradores, desde o chão de fábrica até o presidente. Em 2012, o Isvor
treinou mais de 150 mil pessoas e, este ano, até setembro, 86 mil. Para a
superintendente do Isvor, os investimentos em universidades corporativas tendem
a aumentar no País nos próximos anos. “Educação gera crescimento
econômico. É preciso capacitar para um mundo mais complexo da inovação”,
diz Márcia.
(UCT), ligada à Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado
do Rio de Janeiro foi constituída para atender a duas demandas do setor – a
modernização da gestão das companhias e a qualificação dos motoristas.
empresas de ônibus no Rio é de estrutura familiar, nesse sentido, o processo de
sucessão e formação das novas gerações é fundamental”, explica Ana Rosa
Bonilauri, diretora de Gestão de Pessoas da UCT. Por conta da Copa do Mundo, a
UCT com a prefeitura colocou em prática o programa No Ponto Certo para melhorar
a qualidade da prestação de serviços. As atividades começaram em setembro e até
dezembro 7,5 mil motoristas terão concluído o treinamento.