21 de novembro de 2013| 20h39
Por Murilo Roncolato
SÃO PAULO – O Google lançou ontem, em parceria com a Fundação Lemann, do empresário Jorge Paulo Lemman, o YouTube Edu, plataforma dedicada a servir como vitrine a professores que dão aulas em vídeo no YouTube. O site terá conteúdo para alunos do Ensino Médio nas disciplinas de Física, Química, Biologia, Matemática e Língua Portuguesa.
A Fundação Lemann, responsável pela tradução dos vídeos da Khan Academy, montou a curadoria do acervo educativo do site, reduzindo o número de vídeos participantes de 93 mil para cerca de 12 mil.
O Youtube Edu foi primeiramente executado na sede do Google, nos EUA, em 2009. Com a versão nacional, o Brasil se torna o segundo país a abrigar o projeto. “Começamos em agosto deste ano, acionamos a equipe de engenheiros do Google de lá, eles nos ajudaram a levantar tudo e aqui estamos”, conta a gerente de marketing do Google Brasil, Flávia Simon.
A equipe de curadoria, formada por 17 professores da Unicamp e do sistema Poliedro, mapearam os canais de professores com mais audiência e qualidade, como Me Salva, Calcule Mais, Vestibulândia e Biologia Total, e convidaram seus autores a participar do site.
Um deles foi Ivys Urquiza, professor de física no Maceió, que começou a gravar suas aulas há 8 meses e tem 600 mil visualizações no seu canal “Física Total”. “Gasto mais do que arrecado, mas a visibilidade compensa o prejuízo. Hoje não dá para viver só disso, mas daqui a dois anos isso vai mudar”, disse Urquiza se referindo ao sistema de monetização por anúncio do Youtube, no qual o produtor fica com 55% da receita publicitária gerada pelas visualizações.
“Não cogito nunca deixar de dar aulas nas escolas, o que eu cogito é deixar de cobrar para dar aula e não depender disso para sobreviver.”
O empresário Jorge Paulo Lemann, se disse entusiasmado com a parceria e vê na tecnologia uma saída para desenvolver o País. “Espero que em alguns anos o Brasil seja competitivo também em educação.” Estiveram presentes no lançamento também o presidente da Comissão de Educação na Câmara, o deputado Gabriel Chalita (PMDB-SP), e o secretário de Educação do Estado de São Paulo, Herman Voorwald, que aprovaram a decisão do Google de começar pelo Ensino Médio, apontado como “o maior problema no Brasil” e onde os índices de evasão são maiores.
Segundo a ONU, o Brasil tem apenas 49,5% da população com ensino médio completo e responde pela terceira maior taxa de evasão escolar (24,3%) em um ranking de 100 países.
O Google espera que até março de 2014, vídeos relacionados a ensino fundamental e superior componham a plataforma.